Ex-procurador Marcello Miller e Joesley Batista viram réus por corrupção

A denúncia aponta como crime uma promessa de pagamento indevido de R$ 700 mil dos executivos a Miller

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  • Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2018 às 15:41

- Atualizado há um ano

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A Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-procurador da República Marcello Miller, apontado como “estrategista dos acordos de colaboração”, e contra o empresário Joesley Batista, do Grupo J&F. Eles se tornaram réus acusados de corrupção. Também se tornaram réus o procurador jurídico do grupo Francisco Assis e Silva e a advogada Esther Flesch, ex-sócia do escritório Trench Rossi e Watanabe.

A denúncia, aceita pela 15ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, aponta como crime uma promessa de pagamento indevido de R$ 700 mil dos executivos a Miller para dar orientações na colaboração premiada enquanto ainda era integrante do MPF. Em nota, defesa de Joesley diz que empresário nunca ofereceu vantagem indevida ao procurador (Foto: Sergio Lima/AFP) O pagamento seria feito por meio de um contrato entre Miller e o escritório Trench, Rossi e Watanabe, por serviços prestados entre março e o início de abril, enquanto ainda não havia sido exonerado do MPF, sendo que o escritório só o contrataria formalmente a partir de 5 de abril. Os procuradores não mencionam se os valores chegaram a ser pagos.

Antes de sair da Procuradoria-Geral da República, Miller atuou na Operação Lava Jato, que tem o grupo J&F entre os investigados. Na semana passada, a Polícia Federal concluiu que Marcello Miller ajudou na delação, mas não interferiu na produção de provas, nem orientou Joesley Batista durante as gravações espontâneas realizadas pelo empresário.

Em nota, a defesa de Joesley Batista reafirma que o colaborador não praticou o crime a ele imputado. “O empresário nunca ofereceu qualquer vantagem indevida a Marcello Miller e reitera que eventual irregularidade na contratação de um sócio pelo maior escritório de compliance do mundo deve recair única e exclusivamente sobre essa banca de advogados. Nem mesmo a advogada criminalista contratada à época para conduzir a colaboração premiada alertou acerca de qualquer irregularidade”, diz a nota.