Ex-vice da Caixa não consegue pagar advogado e pede defensor público

Fábio Cleto responde por corrupção e lavagem de dinheiro em quatro ações da Operação Cui Bono

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 18 de abril de 2019 às 14:22

- Atualizado há um ano

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O ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, informou à Justiça Federal de Brasília que precisou rescindir o contrato com o escritório de advocacia Sales Vanni Advogados, que atuava na defesa dele, em razão de problemas financeiros.

Fábio Cleto também afirmou ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, 10ª Vara Federal de Brasília, que “não possui condições financeiras contratar novo advogado particular”. Desta forma, em 11 de março deste ano, ele pediu à Defensoria Pública da União em São Paulo/SP – DPU/SP assistência jurídica nas ações penais as quais figura como denunciado.

No entanto, segundo Vallisney, até esta terça-feira (16), não havia nenhuma petição da DPU-SP referente à nomeação de um defensor para Cleto, de modo que o juiz nomeou a Defensoria Pública da União no Distrito Federal - DPU/DF para atuar na defesa de Fábio Cleto.

Ainda segundo o magistrado, “a DPU/DF, com auxílio da DPU/SP, viabilizará ao denunciado o pleno acesso/assistência a todos os meios necessários ao exercício de sua defesa, pelo tempo que perdurar sua declaração de hipossuficiência econômica”.

Denúncia Ao lado dos ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, bem como do analista financeiro Lúcio Funaro, além de outros , Fábio Cleto foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Cui Bono.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, em outubro de 2018, quatro denúncias envolvendo cinco empresas e 18 pessoas, todas implicadas em fraudes na liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal que somam mais de R$ 3 bilhões.

Em junho de 2018, a Justiça Federal do Distrito Federal condenou Fábio Cleto a 9 anos e 8 meses de reclusão, no âmbito de um processo derivado da Operação Sépsis, que investiga desvios no Fundo de Investimento do FGTS.

Na mesma operação, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ) foi condenado a 24 anos e 10 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. Os dois, além de outros políticos, a exemplo do ex-ministro Geddel Vieira Lima, fazem parte do chamado “Quadrilhão do MDB”.

* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier