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José Vicente Santini foi demitido por Bolsonaro após usar voo da FAB em viagem à Índia, mas foi ‘readmitido’ a pedido dos filhos do presidente
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 00:30
- Atualizado há um ano
Exonerado nesta quarta-feira (29) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter usado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), de forma irregular, para ir à Índia, o ex-secretário executivo da Casa Civil José Vicente Santini já tem novo cargo dentro da pasta.
Segundo o site da revista Veja, ele será assessor especial da Secretaria Especial de Relacionamento Externo da Casa Civil. A nomeação foi publicada poucas horas depois da exoneração, ainda nesta quarta, em edição extra do Diário Oficial da União.
Santini foi demitido depois que voltou da viagem oficial à Índia. Ele acompanhou, em voos da FAB, comitivas do governo na condição de ministro da Casa Civil em exercício, já que o titular Onyx Lorenzoni está em férias, em viagens oficiais à Índia e à Suíça.
O presidente se irritou e disse que Santini poderia ter usado um voo comercial, como fizeram outros ministros, como Tereza Cristina, da Agricultura, e Bento Albuquerque, de Minas e Energia.
Ainda de acordo com a Veja, Bolsonaro disse que o ato foi ‘completamente imoral’ e que foi inadmissível o que aconteceu.
“Eu mesmo já viajei no passado, não era presidente, para a Ásia toda, de comercial, classe econômica, e não entendi”, afirmou o chefe do Planalto sobre a atitude de Santini.
“A explicação que chegou em um primeiro momento, (que) ele teve que participar da reunião de ministros. Essa não, essa desculpa não vale”, acrescentou o presidente.
Pedido dos filhos De acordo o blog de Valdo Cruz, no portal G1, os filhos do presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro, que são amigos de Santini, intercederam em favor dele.
Foi lembrado que Santini, durante a campanha, chegou a conseguir segurança extra para a mulher de Bolsonaro, Michelle – intermediada por um irmão de Santini em São Paulo.
“Os defensores do ex-secretário afirmam ainda que ele errou, mas não agiu de má-fé, e que sempre foi muito leal ao governo Bolsonaro. Essa linha de pensamento, encampada pelos filhos, venceu a discussão no governo”, comenta o jornalista.