Exporural: leilões começam hoje

Leilões envolvendo equinos e ovinos devem movimentar cerca de R$ 2 milhões

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  • Georgina Maynart

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Os animais são as estrelas da Exporural. Mais de 1,5 mil, entre cabras, ovelhas e cavalos podem ser encontrados no Parque de Exposições de Salvador até domingo. Entre os destaques estão os caprinos e ovinos. Eles ocupam a maior parte do espaço destinado aos animais. Uma das raças comercializadas é a Boer, originária da África e voltada para produção de carne.

Está prevista a realização de quatro leilões. Só eles devem movimentar cerca de R$ 2 milhões. Serão leilões de equinos, das raças Pampa e Mangalarga Marchador, de ovinos da raça Santa Inês e de bovinos da raça Girolando.

Mas a 19ª edição do evento revela também a força dos pequenos negócios. Nichos de mercado que encontram vitrine nas feiras agropecuárias e envolvem desde equipamentos até roupas e bebidas.

Josafá Barreto é revendedor de balanças de madeira específicas para pesar bovinos. Ele não revela quantas espera vender até domingo, mas garante que vale a pena ficar várias horas no estande par atender os possíveis consumidores. “É muito importante para a divulgação. 10% das visitas se transformam em negócios imediatos. Os outros 90% geram novas negociações ao longo do ano. Várias estimativas indicam que de cada 10 fazendas, apenas 1 tem balança. Então existe ainda um mercado grande a ser preenchido”, diz o experiente vendedor, no ramo há mais de 30 anos. Josafá Barreto é revendedor de balanças de madeira específicas para pesar bovinos (Foto: Georgina Maynart) As menores balanças, de até 1.500 quilos, custam entre R$ 15 mil e 35 mil reais. Valores pagos por quem faz questão de ter uma balança no próprio curral, já que os bovinos são comercializados pela arroba. Os especialistas dizem que o ideal é pesar o gado ainda dentro da fazenda para evitar a perda de peso gerada pelo transporte. “Eu participo de 30 feiras agropecuárias ao longo do ano em todo o Nordeste. Faço as capitais e as principais cidades de cada estado. Esta é a décima sétima exposição agropecuária que eu participo este ano, e vou ainda a outras 13 até dezembro”, acrescenta o comerciante.

Artesãos

A feira também é um momento importante de negócios para pequenos artesãos. Muitos participam da feira há mais de 10 anos e se unem a outros pequenos comerciantes para dividir o aluguel do espaço. Vendedora de vestidos infantis, dona Antônia Martins traz os produtos para a Exporural há uma década. Compartilha o espaço com os comerciantes de cerâmicas, bijouterias, brinquedos infantis, plantas, sapatos e sequilhos. Foto: Georgina Maynart “Vende sim. Graças a Deus. Quando o movimento está bonzinho a gente vende. De pouquinho em pouquinho, vale a pena ficar aqui a semana toda. As pessoas vêm aqui ver os animais, mas quando encontram as outras coisas compram também", afirma.

Entre os produtos mais procurados do evento estão as cachaças. A bebida tem estandes exclusivos na Exporural, que este ano realiza o II Encontro de Cachaças do Nordeste.

Os espaços mostram o trabalho de pequenos produtores, como Douglas Firmo, do distrito de Caraguataí, em Jussiape, na Chapada Diamantina. O produto leva o nome do povoado onde a bebida é produzida e promete trazer no sabor um pouco do clima da região. “O lugar onde a gente está é privilegiado pelo fator climático e pelo solo. Temos água muito boa, propícia para a produção de cachaça artesanal. E também tem a levedura, que tem um sabor diferenciado, só encontrado na Chapada Diamantina”, garante.

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A maioria dos alambiques da Bahia é artesanal e se espalha por vários municípios das regiões Sul a Oeste. Estima-se que existem mais de 40 mil produtores de cachaça no estado. Um negócio geralmente passado de pai para filho. “Estamos no mercado há muito tempo. A nossa produção já vem desde meu bisavô, passou para minha avó, minha mãe. Eu sou a quarta geração”, acrescenta Firmo. Quem for ao parque vai poder ver de perto ainda misturas inusitadas, como um prato à base de jacaré que tem como ingrediente principal a cachaça.

Menina dos olhos

A elevação da qualidade da cachada produzida no Brasil vem favorecendo a conquista de novos espaços e consumidores. Antes depreciada e considerada um produto menos nobre, a cachaça vem se tornando a menina dos olhos do setor de bebidas. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), atualmente são 4 mil marcas de cachaça no mercado nacional. Existem 4 mil produtores no país e 17,5% deles estão na Bahia. O estado é um dos maiores produtores ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Minas Gerais.

A bebida é uma das mais antigas do Brasil, existe desde os tempos coloniais, quando era produzida em muitos engenhos de cana-de-açúcar. Os produtores diversificaram a produção, acrescentaram sabores e aprimoraram as embalagens, fatores que favorecerem a valorização. 

Muitos fabricantes acreditam que podem elevá-la a categoria premium no setor de destilados, devido aos aromas, à qualidade e à sofisticação com a qual vem sendo preparada.

Ano passado, o setor ganhou impulso depois que o governo brasileiro estabeleceu um acordo bilateral com o México, dando proteção plena de propriedade e qualidade na comercialização nos dois países. O acordo estabelece que toda bebida vendida no Brasil como o nome de “tequila” é de fabricação mexicana. Já toda “cachaça” vendida no mercado mexicano deverá ter sido fabricada em território brasileiro.

Ainda de acordo com o IBRAC, a produção nacional da bebida alcança 1,5 bilhão de litros por ano, movimentando R$ 7 bilhões anualmente.

De acordo com o especialista, Nelson Luz Pereira, “a certificação é fundamental para que os produtores ganhem competitividade e consigam alcançar o mercado externo. Além do selo, o produto precisa estar em conformidade com as regras do Instituto Nacional de Qualidade Industrial que estabelece critérios rígidos aplicados a cada fase da produção”.

Mini Coelhos Quem for ao Parque de Exposições também poderá ver de perto os mini coelhos. Nos últimos anos eles se transformaram em concorridos animais de estimação. A Bahia tem um dos maiores criadores desta espécie. Os mini coelhos, são raças de até 2 kg, considerados minis quando comparados às demais raças que podem chegar até 16 kg. Além da diferença de peso, pelagem e tamanho, são mais interativos e mais apegados ao dono. Foto: Georgina Maynart Variam entre 25 e 35 cm de comprimento e pesam entre 1 a 2 kg. Vivem em torno de 6 a 8 anos e não precisam de vacinas.

SERVIÇO:

Evento: Exporural

Data: 12 a 19 de agosto

Horário de funcionamento: das 8h às 20h

Local: Parque de Exposições de Salvador

Ingresso: R$ 10,00 (crianças de até 10 anos e adultos a partir de 60 anos não pagam)

Informações: (71) 3375-4574