Exposição Água, de Fátima Tosca, no Ondina Apart

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  • Cesar Romero

Publicado em 28 de maio de 2018 às 05:00

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Na MCR Galeria de Arte – Ondina Apart Hotel – a exposição Água de Fátima Tosca, fica em cartaz até 23 de junho. São pinturas em óleo e acrílica sobre tela. A artista costuma associar as duas técnicas, tirando proveito do que lhe parece mais adequado. Fátima Tosca trabalha geralmente com um fundo branco, uma não cor, que ela sabiamente domina e associa pigmentos coloridos sob o branco, em veladuras. Na grossa camada de tintas faz escavações, e as cores vão surgindo em seu mistério. A artista tem bom conhecimento dos corpos corantes, que vai desenvolvendo lentamente, até chegar ao produto final. Verdes são cores que aparecem, o que não era comum, em sua palheta.

A pintura de Fátima Tosca não tem interposição, é artista, pincel, cor e suporte. Como artista ela é o próprio assunto, busca revelar seus sentimentos e desejos de forma simples e direta. Os títulos das obras contam sua história e falam das coisas em seu entorno. Em seu belo catálogo afirma sobre Águas: “Não fiz uma mostra para falar da falta, do excesso ou de como a violam. Eu não conseguiria. Estas obras falam de Presença: lúdica, necessária e vital”. Assim sem pretensões panfletárias escoam barcos, jardins, florais, azulejos, pássaros, frutas, figuras femininas, pranchas de surf e leves abstrações. A perspectiva é levantada, como se buscasse uma comunicação imediata, com o espectador. No seu universo, a cor tem primazia, ela vive seu mundo e sua imaginação, que encontra na intensidade dos matizes, dominando os sentidos. O produto que se revela nessa busca e nesse encontro remete à vida, desnudando-se nas mutações do prisma solar. Em cada tela, a artista busca uma experiência vivenciada. Na sua pintura. “Entre Águas e Fantasia” há um diálogo pulsante entre dezenas de barcos e o mar. Outra tela “Sol que brilha aqui é o mesmo que vai a ti”, traz veleiros, com mastro desnudo e crescente inquietação.

A água está sempre presente, ainda que seja em leves insinuações. Sua pintura mais emblemática é “Mar”, numa investida entre a figuração e abstração, quando os contornos dos barcos são fluidos, cores bem ajustadas e listras que descem em verticais lembrando cordas ou mastros, estabelecendo mistério. Um espaço que por meio desta imagem integra sob o efeito do colorido, uma qualidade inquieta, onde as luzes se manifestam e inventam sentimentos ocultos, enigmas e esfinge. Fátima Tosca, em “Sede”, dois fios d’água, escorregam entre flores e um pássaro solitário, atinge timbres de altíssima qualidade cromática. Os fenômenos da cor têm caráter mutável e relatividades. Uma exposição reveladora.