Exposição conta a história do grupo Giramundo

Mostra traz a Salvador 57 bonecos que foram usados em peças de teatro e outros trabalhos da companhia mineira

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  • Roberto Midlej

Publicado em 3 de maio de 2017 às 06:05

- Atualizado há um ano

Além da exposição, será exibida a peça Pedro e o Lobo, nos dias 19, 20 e 21 de maio (Foto: divulgação)Fundado em 1970, o grupo mineiro de teatro de bonecos Giramundo estreou com o espetáculo A Bela Adormecida. Depois, vieram montagens como Saci Pererê (1973), A Flauta Mágica (1991), O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (1999) e outras trinta peças que passaram por diversos estados brasileiros.Com tanta história, muitos bonecos foram criados para as montagens. Finalmente, alguns deles estão reunidos na exposição Mundo Giramundo, que será aberta amanhã, às 19h, na Caixa Cultural Salvador, com 57 bonecos que foram usados nos espetáculos do grupo. A mostra segue até 2 de junho e nos dias 19, 20 e 21 de maio serão apresentadas as peças Pedro e o Lobo e Os Orixás, também com entrada gratuita.Baú de ossosUm dos espaços da exposição é o Baú de Ossos, que reúne peças soltas dos bonecos, como braços, pernas e cabeças. No Projeto Técnico, estão estruturas, desenhos e mecanismos utilizados na criação dos bonecos. O  visitante pode ver também os personagens já prontos e comparar o projeto com o resultado. Em média, é necessário um mês para se construir uma peça, que normalmente usa a mão de obra de três artesãos. São necessárias dez horas diárias de trabalho para cumprir este prazo, segundo a mineira Beatriz Apocalypse, diretora artística do Giramundo e filha de dois fundadores do grupo. Toda a confecção é artesanal. “Uma vez, contratamos uma empresa para fazer uns cálculos e nos auxiliar a fazer as articulações. Mas chegou um monte de coisa errada”, diz Beatriz.Nem todos os personagens da exposição participaram de espetáculos. Alguns estiveram na série de TV Hoje é Dia de Maria (2005) e outros foram criados para ilustrar livros.AnatomiaAs peças escolhidas para a exposição de Salvador são de diversos períodos: a mais antiga é de 1976, da montagem El Retablo de Maese Pedro; a mais nova, de 2005, foi criada para Pinocchio.Há também uma outra seção na mostra: a mesa Anatomia de um Boneco, onde as peças são “dissecadas”, segundo Beatriz. “A gente mostra os personagens com as peças soltas, pra ver como funciona toda a concepção”, revela a diretora. O boneco usado nesta parte é conhecido como “Collor”, em referência ao ex-presidente, e foi usado numa montagem de 1997, O Diário, baseado em O Diário de um Louco, do russo Nikolai Gogol (1809-1952).Em Belo Horizonte, o Giramundo tem um museu próprio permanente, que funciona desde 2005 no bairro de Floresta. O espaço é usado também para a exibição das peças de teatro nos fins de semana.