Exposição Mariwô mergulha no universo do Candomblé

Mostra com 25 pinturas de Alberto Pitta abre nesta terça (17) na Paulo Darzé Galeria

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  • Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2023 às 05:50

. Crédito: Fotos de Márcio Lima/divulgação

O artista plástico Alberto Pitta abre nesta terça (17), às 17h, na Paulo Darzé Galeria, a exposição Mariwô, com vinte trabalhos em pintura e serigrafia sobre Canva, que mergulham no  universo do candomblé. Pitta é um dos pioneiros na concepção de serigrafias com estampas afro baianas, através de símbolos, ferramentas, indumentárias e adereços dos orixás como fonte de inspiração.

Ele já assinou estampas que resultaram  em fantasias históricas para os Filhos de Gandhy, Olodum, Ilê Aiyê  e Cortejo Afro, bloco criado por ele 1998, na comunidade de Pirajá. O Cortejo se destaca na apresentação de valores estéticos no Carnaval, com desenhos, figurinos, adereços e alegorias, trazendo uma estética própria de volta para as avenidas da cidade. 

No texto de apresentação da mostra, o curador Daniel Rangel afirma  que, como um homem que nasceu dentro dos limites de um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá, Pitta rapidamente entendeu que na tradição africana, da qual descende, a roupa não responde somente à necessidade utilitária de proteger o corpo, sendo um poderoso elemento significante.

“Foi observando as atividades de sua mãe, a sacerdotisa Mãe Santinha de Oyá, importante ialorixá de Salvador, do Ilê Axé Oyá, que se dedicava aos bordados richelieu e à educação de crianças e adolescentes da comunidade de Pirajá, que Pitta viu desde cedo despertar seu interesse pelos panos e arremeter seu compromisso em agregar pessoas através das palavras e das ações”, afirma Rangel. 

Na semana passada, Pitta lançou, no  Museu de Arte Moderna da Bahia, seu primeiro , intitulado Histórias Contadas em Tecidos: O Carnaval Negro Baiano. A obra aborda o contexto histórico e cultural das estampas produzidas por Pitta ao longo de mais de 40 anos de carreira. O livro passa pela história de vários blocos afro e de afoxés que usam os designers de Pitta para a confecção das fantasias carnavalescas. Por meio dos tecidos, o serígrafo transforma as estampas em um sistema de comunicação, narrando contos africanos e afro- baianos.

“A roupa conta a história através de panos, tem um significado identitário. Ela fala de lideranças, de pessoas importantes, de nações... Muita gente às vezes nem sabe ler, mas é capaz de entender tudo o que aquela roupa diz apenas através das imagens que estão ali”, comentou o artista.

FICHA

Exposição: Mariwô

Artista: Alberto Pitta

Onde: Paulo Darzé Galeria (Corredor da Vitória)

Visitação gratuita até 18/02, de segunda a sexta, das 10 às 19 horas,e sábado das 10h às 13 h