Exposição na Caixa Cultural mostra atmosfera mística de Francisco Brennand

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  • Cesar Romero

Publicado em 27 de agosto de 2017 às 06:18

- Atualizado há um ano

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Na Galeria Mirante da Caixa Cultural Salvador,  na Rua Carlos Gomes, a exposição Francisco Brennand – Mestre dos Sonhos, exibida até 1º de outubro. A curadoria e projeto expográfico tem assinatura de Rose Lima. São 27 obras do acervo original do artista, desenhos, pinturas e cerâmicas quando estas têm destaque especial. Na exposição, as obras seguem uma linha do tempo, que permeia os 90 anos de Brennand, em quatro alas com peças representativas que vão desde seu começo até os dias atuais. Francisco Brennand iniciou seus estudos de pintura com Álvaro Amorim e Murilo Lagreca, modelagem com Aberlado da Hora. A partir de 1945, começa a pintar, ano seguinte a expor e logo foi premiado no Salão Pernambucano. Partiu para a França em 1948 e chegou a Paris, para aperfeiçoar seus estudos. Frequentou os ateliês de André Lhote e Fernand Léger. Em 1950, visitou uma exposição de Picasso de cerâmicas, ficou muito impressionado, já tinha nas veias a vivência familiar com cerâmica, quando em 1917 seu pai Ricardo Brennand criou a fábrica Cerâmica São João. Inicialmente, Brennand acreditava ser a cerâmica uma arte utilitária, menor, artesanato. Depois, verificou de perto que muitos artistas da Escola de Paris haviam passado pela cerâmica com resultados extraordinários como Chagall, Braque, Matisse, Gauguin, Miró, entre outros. Conheceu a obra de Antoni Gaudí em Barcelona (Espanha), que lhe causou forte impressão. Era 1950, e no ano seguinte, o artista retorna ao Brasil e decide dedicar-se à nova técnica. Na exposição, vê-se nas pinturas e nos desenhos de início da carreira, uma atmosfera fantástica, uma estilização arcaica, inspirados na cultura popular nordestina com seus florais, folhagens, frutas, animais brasileiros estilizados. Desenho simplificado, cores luminosas, tratamento rústico, pintura achatada e figuras de santos e guerreiros colocados no campo plástico de forma não realista. Na cerâmica, partiu em outra direção mais ligada à cultura europeia. Suas esculturas guardam, sim, sua marca, que vem desenvolvendo na linha do tempo, explorando a mitologia universal, a sexualidade, personagens históricas e divindades. As cores ficaram terrosas. Diz-se escultor com o coração de pintor. As obras escultóricas, as peças únicas, são de postura majestática, estruturas totêmicas, que avançam em verticalidade e traz cada uma seu significado. Dando asas a seu espírito literário, Brennand também se inspira num conjunto de obras da linguagem escrita para o tridimensional cerâmico, algo místico, sincrético, onírico, impulsos às cerimônias secretas, ao sobrenatural e ao contemplativo.