Fã de João Gilberto e Caetano, António Zambujo brilha em novo álbum

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 15 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Um dos grandes talentos da música portuguesa atual e com influências pop absorvidas de outras culturas, incluindo a brasileira, o cantor e compositor António Zambujo, 43 anos, lança seu oitavo álbum: o ótimo Do Avesso (MP,B/Som Livre), que renova a sua arte.  O cantor português António Zambujo lança o seu oitavo álbum, Do Avesso, cujo repertório inclui canções dos brasileiros Arnaldo Antunes & Cezar Mendes, Rodrigo Maranhão e Milton Nascimento & Fernando Brant (Foto/Alice Venturi/Div.) Desta vez, ele gravou três canções de brasileiros num repertório de 14 faixas: Do Avesso, de Rodrigo Maranhão; Até o Fim, do baiano Cezar Mendes e Arnaldo Antunes; e Fruta Boa, de Milton Nascimento e Fernando Brant, e que Nana Caymmi e o pianista César Camargo Mariano gravaram originalmente no disco "Voz e Suor" (1983). Confira nossa entrevista com Zambujo.

Do Avesso é o teu álbum  mais diversificado em influências e arranjos, mais cosmopolita, eu diria, no sentido de você comportar-se criativamente como um músico do mundo. É o primeiro, inclusive, em que você grava com uma orquestra, a Sinfonietta de Lisboa, algumas faixas. O título tem a ver com isso, com novas experiências? 

Na verdade são novas experiências, novos arranjos, mas são influências que já existiam juntamente com outras, só que mais escondidinhas, tem que virar-se do avesso para encontrá-las.

Quem te influenciou musicalmente neste trabalho? Na canção Sem Palavras, por exemplo, percebe-se algo de Brian Wilson, um clima solar que fica mais sessentista ainda em Não Interessa Nada. 

As influências também vieram em função dos produtores musicais. O Nuno Rafael com uma cultura mais pop, o Felipe Melo que fez arranjos para orquestra, e o João Moreira, mais para o jazz. Então entre os quatro nós falávamos muito. Tem muito cinema também neste disco. Vamos muito a cinema, falamos muito desses clássicos, Brian Wilson, Paul McCartney, John Lennon, Tom Waits, eles formam uma série de influências que são bem evidentes neste disco.

A MPB é algo que faz parte da tua formação. Em Até Pensei Que Fosse Minha (2016), você mergulhou no universo de Chico Buarque. Aliás, tive o prazer de ver o show no Teatro Castro Alves, em 2017. Como foi conviver mais intimamente com a música de Chico?

Conviver com a música do Chico e sobretudo trabalhar com Marcelo Gonçalves, que fez a produção deste disco Até Pensei Que Fosse Minha, foi um privilégio, um marco muito importante na minha vida e que me deu muito prazer de fazer. Obviamente estamos a falar de dois gênios, Chico Buarque e Marcelo Gonçalves. Espero um dia pode repetir e continuar a trabalhar com o Marcelo, que é uma pessoa que gosto muito.  Do Avesso representa que momento artístico teu?  

Eu não imagino momentos, não é por momentos, é o que apetece fazer na altura, pode ser hoje uma coisa, amanhã outra, mas eu não coloco filtros nos meus pensamentos. Gosto de sentir que tenho total liberdade artística para fazer o que me apetece e foi isso que eu fiz neste disco.

Acho bonito e sagaz que Amapola, um clássico da canção hispânica (e que Roberto Carlos também gravou, em 1964), esteja junto, na ordem do repertório, de Madera de Deriva, uma pérola do uruguaio Jorge Drexler. Foi um desejo de maior aproximação com a língua espanhola, além de um exercício de intérprete?

Gosto das nossas línguas latinas. Do português, do espanhol, e sempre me imaginei muito naquele universo do espanhol, mais até o espanhol sul-americano do que propriamente o castelhano original. Há coisas muito interessantes que eu gosto de estudar e quero estudar cada vez mais. No disco anterior já havia cantado um música do Jorge Drexler, e neste Amapola tem a ver com a tal influência do cinema, porque faz parte da trilha sonora de Once Upon a Time in America, do Sergio Leone, e todas estas trilhas viajaram muito conosco durante a produção do disco.

Você é adepto da escola mais cool de cantar, sem dramaticidade, mesmo se for um fado (gênero tão dramático!). Sua interpretação de Fruta Boa, de Milton Nascimento e Fernando Brant, mostra isso novamente. Quem são os teus intérpretes prediletos?

Os meus intérpretes prediletos são João Gilberto, Caetano Veloso e Chet Baker. Há umas novas cantoras, Silvia Pérez Cruz, uma cantora espanhola que eu gosto muito também, a Nina Simone, Billie Holiday, Cesária Évora, Norah Jones... Há muitos cantores que eu gosto.

Veja o videoclipe de Sem Palavras

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Veja o trailer

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