Faculdade Bahiana investe forte na qualificação das 'pratas da casa'

Companhias estão cada vez mais focadas no seu próprio “quintal”

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  • Graciela Alvarez

Publicado em 14 de maio de 2015 às 16:10

- Atualizado há um ano

Com a escassez de mão de obra qualificada, as empresas vêm encontrando dificuldade para contratar determinados tipos de profissionais. Atentas a isso, companhias estão cada vez mais focadas no seu próprio “quintal”, investindo em desenvolvimento dos seus funcionários a fim de que eles evoluam e, consequentemente, melhorem o desempenho dentro da própria organização. E o retorno é garantido. Pelo menos está sendo assim na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana), que, mais uma vez, está na lista GPTW-Bahia.   Graças ao suporte financeiro dado pela Bahiana, Cristiane Santana concluiuuma pós-graduação e cresceu dentro a empresa.(Foto: Mauro Akin Nassor/Correio*)Fundada há 60 anos, a instituição disponibiliza subsídio na área de educação para colaboradores que desejam ampliar seus conhecimentos. A gestora de recursos humanos da companhia, Telma Bastos, explica que a Bahiana paga de 40% até 100% das mensalidades de cursos técnicos, graduação e pós-graduação para as “pratas da casa”, ou seja, funcionários com potencial de crescimento interno. “Seria um contrassenso uma instituição de ensino não ter como premissa básica o desenvolvimento das pessoas. Somos uma instituição muito focada nas pessoas”, declara. E essa não é uma atitude apenas da Bahiana, que na edição GPTW Bahia 2014 ganhou uma posição em relação à primeira edição da pesquisa, saindo do quinto para o quarto lugar entre as melhores empresas para trabalhar no estado. De acordo com dados do GPTW-Bahia 2014, 71% dos funcionários estão satisfeitos com práticas voltadas para o desenvolvimento profissional. Segundo Telma, a faculdade desembolsa cerca de R$ 350 mil por ano em treinamento e capacitação dos seus colaboradores, que hoje totalizam 1.118 pessoas. “O que define se o subsídio será ou não integral é o link que o curso tem com a carreira do funcionário”, explica Telma.Prestes a completar 14 anos de empresa, Cristiane Santana, de 41 anos, é uma das funcionárias da Bahiana que, graças ao suporte financeiro para a qualificação, cresceu junto com a instituição. Ela, que ingressou na faculdade na função de auxiliar administrativo, na época, com apenas o ensino médio, ocupa hoje, na condição de pós-graduada, um dos cargos mais relevantes da instituição, o de secretária acadêmica na unidade de Brotas.Ela atribui a ascensão ao seu envolvimento profissional. “Sou muito comprometida com o meu trabalho, além disso, sempre fui muito curiosa, com vontade de sempre aprender mais”, resume.Cristiane conta que a Bahiana arcou com 40% da mensalidade da sua pós-graduação em Gestão Educacional e Coordenação Pedagógica. Um alívio para o bolso. “Um suporte e tanto no meu orçamento”. Mas, para ela, a atitude vai muito além da economia no final do mês: “São ações como essa que provam o cuidado que a empresa tem conosco. Para isso, é preciso que cada um também faça a sua parte. Afinal, a meritocracia está aí para isso”. Outras açõesAinda de olho nos talentos internos, a companhia desenvolveu um programa de trainee um tanto curioso. Diferentemente da maioria das empresa, a faculdade faz a seleção interna, com os próprios funcionários. Com duração média de um ano e meio a dois anos, a iniciativa consiste em treinar e desenvolver competências de alguns colaboradores para desempenharem cargos futuros.“Um supervisor de área, por exemplo, precisa ter o terceiro grau. Se a gente encontrar alguém com o perfil da função, pagamos 100% da qualificação (fora da faculdade) para que, futuramente, ele possa ocupar uma área específica”, diz a gestora de RH, complementando: “À medida que ele avança no conhecimento, ele tem um upgrade de salário”. Mas não são apenas os subsídios para o desenvolvimento que encanta os colaboradores da Bahiana. Afinal, foram eles que elegeram pela segunda vez a empresa como uma das melhores para trabalhar na Bahia, segundo pesquisa do GPTW.A gestora de RH da entidade, Telma Bastos, conta que a faculdade é parceira dos empregados até na hora de flexibilizar a jornada de trabalho. “De forma que não prejudique o serviço, fazemos tudo o que for possível, como deixar o colaborador chegar mais cedo para sair mais cedo para não se atrasar na faculdade”. A própria secretária acadêmica Cristiane, por exemplo, precisou contar com essa sensibilidade para ter sua jornada de trabalho reduzida, após perder a sogra e não ter com quem deixar a filha. “Fizemos um acordo e minha carga horária caiu de 8 horas para 4,5 horas por dia. Graças a isso consegui galgar alguns degraus dentro da instituição”, lembra. Para ela, o que faz a empresa ter um bom ambiente de trabalho é o olhar para o lado humano dos funcionários. “Costumo dizer que a faculdade acreditou em mim antes de eu mesma”.Assim como as outras empresas da lista GPTW-Bahia 2014, as oportunidades de trabalho que vão surgindo na Bahiana são disponibilizadas primeiro para o público interno. Telma garante que as mesmas só são divulgadas externamente quando não há um candidato interno com o perfil exigido pela vaga.“A nossa política é favorecer o crescimento das pessoas que já colaboram com a nossa instituição. Os profissionais costumam buscar horizontes e se nós não oportunizarmos eles verão a instituição apenas como algo passageiro. E não é isso que nós queremos”, conclui a gestora de RH da faculdade, Telma Bastos.