Família de garoto desaparecido suspende recompensa e é incluída em programa de proteção

Cerca de 200 cartazes foram fixados em postes do bairro de São Cristóvão anunciando a recompensa de R$ 5 mil por informações

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  • Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 15:40

- Atualizado há um ano

A mãe a as duas irmãs do adolescente Davi Fiuza, 16 anos, desaparecido desde o dia 24 de outubro, solicitaram nesta terça-feira (11) proteção à Comissão de Direitos e Segurança Pública, da Assembleia Legislativa da Bahia. Na ocasião, houve a inclusão da família, em caráter de urgência, no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita).  Foto: Reprodução/ Facebook  Também nesta manhã, o advogado da família informou que a recompensa de R$ 5 mil por informações acerca do paradeiro do adolescente foi suspensa. Cerca de 200 cartazes foram fixados em postes do bairro nesta segunda-feira (10). Nos anúncios, constava o número para contato e o valor da recompensa. Devido a isso, a família recebeu diversos trotes e, inclusive, ameaças. "A mãe de Davi chegou a ouvir que enquanto ela juntava o dinheiro para a recompensa, quem levou o filho dela juntava as partes do corpo", informou a comissão. 

Durante a reunião, a comissão também ficou de encaminhar um pedido à Secretaria de Segurança Pública para que seja designado um delegado especial para as investigações do caso, que vem sendo apurado pelo 12ª Delegacia Territorial. 

Ao fim, a família do adolescente foi encaminhada à Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). Eles aguardam agora aprovação do requerimento pelo secretário de Justiça.

Mais sobre o casoSegundo a mãe do jovem, vizinhos testemunharam o momento em que o garoto foi abordado por PMs na rua São Jorge, em São Cristóvão, e colocado dentro de um carro. Desde então, ele não foi mais visto. 

No fim da tarde de ontem, um dos responsáveis pela investigação na Corregedoria da Polícia Militar, capitão Bruno Ramos, informou que todas as testemunhas apontadas pela família foram ouvidas e que nenhuma delas apontou o envolvimento de PMs na suposta ação. Ainda segundo o oficial, imagens de câmeras próximas ao local serão examinadas.

Comandante da 49ª CIPM (São Cristóvão), o major José Ricardo de Jesus negou informação dada  pela própria PM na sexta-feira, de  que “todo o efetivo” da companhia realizou operação no local no dia 24 de outubro. “Ainda não está confirmado se teve abordagem. Nossa viatura vai, eventualmente, ao local, que é um ponto de tráfico, mas não houve operação”, afirmou.

Segundo o major, os quatro policiais de plantão no dia  negaram ter feito apreensão de algum menor. Titular da 12ª Delegacia, onde dona Rute registrou ocorrência, o delegado Antônio Carlos Magalhães disse que a investigação “não andou” e disse trabalhar com a possibilidade de sequestro.