Familiares de Val Bandeira vão à Justiça relatar ameaças recebidas

Grupo encapuzado invadiu casa de condenado por tráfico e intimidou esposa e filhos

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  • Bruno Wendel

Publicado em 4 de julho de 2018 às 17:50

- Atualizado há um ano

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Val Bandeira ficou preso por 15 anos no Complexo da Mata Escura (Foto: Arquivo CORREIO) Após relatar o arrombamento e invasão à casa de Josevaldo Bandeira, o Val Bandeira, que ficou preso por 15 anos apontado como um dos líderes da facção Comando da Paz (CP), além das ameaças à mulher e aos quatro filhos dele, parentes do traficante vão ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia nesta quinta-feira (5). Eles terão um encontro com a juíza Maria Angélica Carneiro, da 2ª Vara de Execuções Penais - quem presidiu a sessão de Livramento Condicional na 2ª Vara de Execuções Penais, em Sussuarana. Val estava preso no Complexo Penintenciário da Mata Escura.

Familiares de Val estiveram na tarde desta terça-feira (3) no Ministério Público Estadual (MPE). De acordo com a assessoria do MPE, eles foram recebidos no Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial (Gacep).  

Ainda de acordo com a assessoria do MPE, como uma das denúncias foi o arrombamento seguido da invasão, o MPE sugeriu que a família prestasse queixa numa delegacia. A partir do registro da ocorrência, uma perícia deverá ser realizada no imóvel. Após laudo, os familiares deverão ser ouvidos por um promotor do Gacep. 

Segurança De acordo com as fontes, a família vai relatar à juíza o arrombamento e as ameaças. “Eles arrombaram a casa de Val Bandeira e de outros moradores. Eles estão à caça de Val. Eles estão morando lá”, disse a fonte. 

Ao CORREIO, a Polícia Militar informou por meio de nota que a Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo), unidade do Batalhão de Choque, continua na região do Complexo Nordeste de Amaralina.

Com base nos relatos e no pedido da defesa, a Justiça poderá acatar algumas medidas de segurança para Val Bandeira e família, como a mudança de endereço e a suspensão da obrigatoriedade do comparecimento do traficante a cada três meses na 2ª Vara de Execuções Penais para fins de comprovar que está trabalhando, uma das condições para a liberdade condicional.

As fontes disseram que Val Bandeira trabalha vendendo roupas e bijuterias. “Ele é um comerciante autônomo. Ele atua como sacoleiro e tem algumas pessoas que são contratadas para vender para ele”, revelou uma das fontes. 

Metralhadoras Durante uma das duas invasões à residência de Val Bandeira, os filhos dele tiveram metralhadoras apontadas para suas cabeças. No último dia 28, no bairro de Santa Cruz, homens encapuzados e usando uniformes nas cores preto e cinza arrombaram a porta da casa de Val, procurando-o. Condenado por tráfico, ele foi beneficiado com liberdade condicional no último dia 26. 

Segundo fontes ligadas à família do traficante, os invasores seriam policiais militares do Batalhão de Choque que, recentemente, ocuparam o complexo do Nordeste, região formada por quatro bairros (Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho).

No imóvel estavam a mulher de Val Bandeira, que é pastora, os quatro filhos dele – uma jovem de 18, uma adolescente de 16, uma menina de 9 e um menino de 1 ano e 10 meses –, além de duas adolescentes, uma de 17 e outra de 15, vizinhas da pastora. 

Corregedoria O CORREIO procurou a Polícia Militar para saber se foram registradas denúncias na Corregedoria da atuação de policiais no Complexo do Nordeste de desde o retorno de Val Bandeira - até o momento a corporação não enviou resposta.