Farmacêutico: conheça um pouco da profissão que mudou ao longo dos anos

Hoje é dia de celebração para os profissionais da área

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  • Do Estúdio

Publicado em 20 de janeiro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock

O farmacêutico está longe de ser aquela pessoa que simplesmente fica trás do balcão da farmácia entregando medicamentos que foram receitados pelos médicos. Além do atendimento ao público em drogarias e farmácias, eles realizam análises clínicas e toxicológicas, estudam a composição e os processos de produção das fórmulas e participam de pesquisas sobre novos medicamentos.

Decorrente disso, os recém graduados nesta profissão encontram um mercado de trabalho ativo e aquecido, com altas taxas de empregabilidade. Diversos fatores influenciam nesse resultado positivo em relação a profissão e um deles é o fator envelhecimento da população, levando em consideração que as pessoas idosas sofrem de diversas patologias, precisando de orientação adequada. Em razão disso, foi sancionada a Lei 13.021/2014, que transformou as farmácias em estabelecimentos de saúde.

“As farmácias estão distribuídas em toda região, isso facilita o acesso da população, sem falar que as orientações ofertadas pelos profissionais farmacêuticos são bastante relevantes para o esclarecimento das pessoas”, defende a farmacêutica Lorena Silva. Lorena destaca ainda que a Lei 13.021/2014 foi um marco importante pelo ganho para população e para a saúde em geral.

Motivos para comemorar

A partir do questionamento do farmacêutico Oto Serpa Grandado do porquê de não existir um dia especial para comemorar a profissão, durante a reunião na Associação Brasileira de Farmacêuticos, no dia 07 de janeiro de 1941, surgiu a ideia de instituir uma data dedicada aos profissionais de Farmácia.

Apesar de todo o questionamento, apenas em 23 de janeiro de 2007, o Conselho Federal de Farmácia, através da Resolução nº 460, reconheceu o dia do Farmacêutico. A data escolhida foi 20 de janeiro, quando também é comemorado o aniversário da Associação Brasileira de Farmácia, fundada em 1916.

Raio X da profissão

Regulamentada no Brasil em 11 de novembro de 1960, através da Lei 3.820, a carreira de farmacêutico exige além do diploma de bacharel em Farmácia, o registro no Conselho Regional de Farmácia (CRF) do estado. O curso dura, em média, 5 anos e tem a estimativa de média salarial de R$2.817,25, segundo o guia de Carreira da Catho.

Em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi apontado que o setor farmacêutico tem uma das mais altas taxas de ocupação. Segundo o estudo, 94,3% dos farmacêuticos brasileiros estão empregados. Essa tendência é confirmada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), órgão responsável por regulamentar o exercício da prática farmacêutica no Brasil. Ainda de acordo com o Conselho, existem mais de 203 mil profissionais inscritos nos conselhos regionais.

De acordo com a Resolução do CFF nº 572, de 25 de abril de 2013, as especialidades farmacêuticas são agrupadas 10 linhas de atuação: alimentos; análises clínico-laboratoriais; educação; farmácia; farmácia hospitalar e clínica; farmácia industrial; gestão; práticas integrativas e complementares; saúde pública e toxicologia. Hoje, para efeito de registro de certificados e títulos na carteira profissional, estão previstas 135 especialidades.

No último semestre do curso de Farmácia, a estudante Bruna Caires diz que optou por ingressar no curso após descobrir uma afinidade com a área. “Escolhi essa área porque gostava de química na época do ensino médio e uma amiga falou que eu poderia gostar do curso”. Bruna explica ainda que é muito importante decidir com calma a graduação que deseja fazer e não pensar apenas na remuneração. “Muita gente acaba escolhendo um curso sem saber nada sobre ele e isso pode fazer com que, no futuro, acabem surgindo alguns arrependimentos”, concluiu.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), referente ao Censo de Educação Superior de 2017, apontam que, no Brasil, existem, em média, 467 instituições - entre púbicas e privadas - que oferecem o curso de Farmácia. No ano analisado, essas universidades receberam um total de 127.633 matrículas e registraram 15.874 mil concluintes.