Fãs de Larissa Manoela mostram por que ela é a atriz mais buscada em Salvador no Google

Larissa também é cantora e tem mais de 80 produtos licenciados com seu nome

Se você não conhece Larissa Manoela certamente não convive com crianças e adolescentes. A artista é um verdadeiro fenômeno infanto-juvenil. Tanto que, segundo o Google, foi a atriz mais buscada em Salvador entre março do ano passado e deste ano, de acordo com uma levantamento realizado pelo buscador a pedido do CORREIO para a edição especial de aniversário da cidade. O sucesso de Larissa Manoela é tão grande que a atriz e cantora lotou a Livraria Saraiva no Shopping da Bahia para uma tarde de autógrafos no lanamento de seu livro "O diário de Larissa Manoela" (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Além de atuar, Larissa é cantora, já lançou livro, “O diário de Larissa Manoela: A vida, a história e os segredos da jovem estrela” e, atualmente, circula o país com um show, a Up Tour, está em cartaz com o musical A Noviça Rebelde, em São Paulo e tem 13,8 milhões seguidores no Instagram.

Em Salvador, a adolescente de 17 anos tem uma legião de fãs mirins fieis, que lotaram seus shows e encheram uma livraria da cidade no lançamento de seu livro. Uma delas é Maria Eduarda Costa, Madu, de apenas sete anos, que faz questão de dizer que já viu 40 vezes o filme Carrossel 2: O sumiço de Maria Joaquina, estrelado pela artista. “Gosto muito desse filme, tem ela, Maisa (Silva), mas eu sou mais fã de Larissa”, conta a garotinha. Os motivos para tanto amor? “Ela é bonita, as músicas são legais, gosto muito da voz, comecei a escutar e amei logo”, afirma a pequena. Maria Eduarda Costa, ou Madu, tem sete anos e confessa que Lariss Manoela é sua artista predileta. "Já vi Carrossel 2: O sumiço de Maria Joaquina 40 vezes", diz a pequena (Foto: Renato Santana/Divulgação) Evellyn Conceição, 11, também declara seu amor por Larissa e confessa ser uma larissinha. “Tem muito tempo que a acompanho, desde Carrossel”, lembra. “Mas eu não sei nem como explicar porque gosto dela”, brinca a (quase) adolescente. Mas de uma coisa ela sabe: Larissa é uma referência de moda e estilo. A admiração envolve desde as roupas da estrela teen, os penteados e até as cores das unhas. Evellyn Conceição tem 11 anos e diz que, apesar de gostar de outras artistas, Larissa é a primeira, tanto que nem lembrou os nomes das "concorrentes" (Foto: Renato Santana/Divulgação) Assim como Madu, Evelyn acompanha a vida de Larissa mesmo. “Vi todos os filmes: Carrossel, o Filme, Carrossel 2: O sumiço de Maria Joaquina, Meus 15 anos e Fala Sério, mãe, e as novelas Carrossel e Cúmplices de um resgate. É uma das artistas que eu mais gosto”, conta. Pode até gostar de outras, mas não lembrou nomes de ninguém. Faz parte, né?

Com limites O que também faz parte é a marcação cerrada em cima das duas, Madu e Evelyn. Elas  até tentam se dedicar mais à ídola, mas esse amor todo esbarra na mãe e na avó. Nada de ficar horas seguidas com celular ou tablet vendo vídeos no YouTube ou curtindo postagens no Instagram. Ela é bonita, as músicas são legais, gosto muito da voz, comecei a escutar e amei logo, diz Eduarda Costa que tem 7 anos e é fã de Larissa.Tanto Dai Costa, mãe de Madu, quanto Lena Menezes, avó de Evelyn, controlam o tempo que as crianças passam com aparelhos em mão assistindo às produções da artista. “Em dia de semana que eu estudo, não fico. Só posso no fim de semana”, diz Madu. “E eu fico no celular duas horas por dia quando chego da aula ou antes, às vezes peço a minha avó mais um tempinho e ela deixa”, completa Evelyn. Dai e Lena contam que sempre olham o histórico de navegação das meninas.  Larissa Manoela começou a carreira no cinema no filme O Palhaço, ao lado de Selton Mello (Foto: Divulgação) Para a psicóloga Paula Goulart esse é um bom caminho a seguir. Ela aponta que a figura do ídolo na infância é importante para transmitir valores e ideais. Ou seja, uma estrela como Larissa, que se envolve em tantas linguagens artísticas pode ser incentivo para seus fãs, algo como um “quero ser igual a ela quando crescer”. “As dificuldades podem aparecer quando o ídolo transmite padrões irreais, como um padrão de beleza específico ou um discurso que favorece discriminação”, alerta a profissional.Vi todos os filmes: Carrossel, Carrossel 2, Meus 15 Anos e Fala Sério, Mãe e as novelas Carrossel e Cúmplices de um Resgate, comenta a fã de Larisssa Evellyn Conceição, de 11 anos.É aí que entra o adulto. “É importante respeitar as escolhas da criança pois elas sinalizam uma forma de tentar entender o mundo e de se diferenciar do núcleo familiar a partir das escolhas. Mas isso não significa que os pais devam aceitar tudo”, conta Paula. Para ela, é mais interessante um diálogo sobre o que é mostrado pelo ídolo e o que faz parte da realidade. Na TV, depois de pequenos papeis em produções da Globo, a atriz fez sucesso no país inteiro ao lado de uma turminha  divertida na novela infantil Carrossel, versão brasileira da novela mexicana de mesmo  Foto: Divulgação É tendo essas conversas que Dai convence a filha que ela não terá os produtos assinados por Larissa Manoela. Em 2017 eram mais de 80 oficiais, como bolsas, cintos, mochilas, almofadas, bonés e cadernos. “Madu não tem nenhum desses. A gente conversa e ela entende”, conta. Mas deixou escapar que depois de nossa visita a casa delas vai comprar um pôster da menina para a fã mirim. A mesma coisa acontece com Evelyn, que diz nem querer os produtos e fica muito satisfeita em apenas acompanhar a vida da ídola. “A única coisa que eu vou comprar um dia vão ser os esmaltes porque são lindos”, afirma a garota. A avó ainda reluta. “Ela é muito jovem para isso, para colocar unhas postiças como Larissa, eu não deixo”, diz. “Outra coisa que eu chama atenção é para os namoros, eu sempre converso com ela de que não é a hora ainda, Larissa tem 17 e ela apenas 11 anos”, pontua Lena.  Atriz e cantora é famosa pelas polêmicas que causa por assumir um estilo mulher fatal, mesmo ainda sendo adolescente (Foto: Reprodução/Instagram) De acordo com Paula, a criança é mais suscetível aos apelos midiáticos por não ter maturidade e experiência de vida para não tomar o discurso do ídolo ao pé da letra e isso pode fazer com que sejam convencidos a comprar algum produto ou seguir determinado estilo de vida. “Porém os riscos do fanatismo na infância podem estar ligados mais à dificuldade dos pais em questionar e orientar a criança em relação ao que a mídia transmite, por exemplo, atendendo a pedidos desenfreados de compra de produtos anunciados pelo ídolo sem levar em conta a realidade econômica da família e a necessidade de consumo da criança”, reflete a psicóloga.

Quando questionadas até quando vão gostar de Larissa, a resposta das duas é fácil de imaginar, né? “Pra sempre”, concordam. Ou até surgir o próximo fenômeno artístico adolescente ou um youtuber mais divertido.