Federação francesa abre investigação sobre racismo do PSG

Clube admitiu a prática na base

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  • Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2018 às 11:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Franck Fife / AFP

A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou nesta sexta-feira (9) que abriu um inquérito para investigar os casos de racismo praticados pelo Paris Saint-Germain. Na quinta, o clube foi denunciado por promover discriminação no recrutamento de jovens jogadores para suas categorias de base nos últimos anos. A entidade informou que seu conselho ético será o responsável pela investigação, e que poderá pedir para que a comissão disciplinar da Liga Francesa também averigue o caso depois que o inquérito terminar. A denúncia partiu do portal francês Mediapart. De acordo com o veículo, documentos divulgados pelo "Football Leaks", portal responsável pelo vazamento de informações confidenciais, mostraram que a equipe parisiense possuía um método de classificação de atletas a serem recrutados com base nas suas etnias. O portal afirmou que o PSG separava os possíveis atletas a serem recrutados pelos seus observadores em quatro subgrupos: "francês", "norte-africano", "das Antilhas" e "negro africano". E sob essa política, comandada pelo dirigente Marc Westerlopp - chefe do recrutamento de atletas das categorias de base -, apenas um atleta negro foi contratado entre os anos de 2013 e 2018. Yann Gboho, meio-campista de 17 anos que hoje está no Rennes, chegou a integrar a base do Paris Saint-Germain, mas foi dispensado aos 13 anos por causa de sua cor - ele nasceu na Costa do Marfim. Na época, a dispensa do atleta foi encoberta pela diretoria do clube "para evitar escândalos". O PSG soltou uma nota admitindo que praticou discriminação racial nas categorias de base. Disse, no entanto, não ter conhecimento de um sistema formado para registrar etnicamente os jogadores, creditando-o apenas a uma ação individual do dirigente em questão. O caso repercutiu bastante na França, e a ministra do Esporte, Roxana Maracineanu, chegou a manifestar seu "desalento" diante das acusações. Já a presidente da Liga Francesa, Nathalie Boy de la Tour, afirmou que "estas práticas são inaceitáveis".