Fernanda Montenegro faz apelo contra censura às artes em vídeo

A atriz de 87 anos publicou vídeo para a campanha #342 Artes - Contra a Censura e a Difamação

Publicado em 8 de outubro de 2017 às 20:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A atriz fernanda Montenegro, 87 anos, divulgou um vídeo em que faz um apelo aos "poucos e honestos políticos" do país. Ela pediu que eles se posicionem contra a censura a manifestações artísticas e que não deixem que "a coisa não se transforme num inferno". O vídeo faz parte da campanha #342 Artes - Contra a Censura e a Difamação, lançada neste domingo (8) e coordenada por Paula Lavigne. "Saiam, por favor, desse silêncio acovardado", pede a atriz.

A campanha é uma resposta à suspensão e perseguição de grupos a exposições como o "Queermuseu", em Porto Alegre, e aos protestos contra a performance "La Bête", que aconteceu no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Fernanda começa o vídeo dizendo que "tudo é cultura, inclusive a cultura de repressão". "Mas só há realmente um tipo de cultura que constrói um país, é a cultura da liberdade", continua. "A cultura liberta cria a alma de uma nação", explica a atriz. Ela avisa que "nem a pele dos políticos vai se salvar" caso o país mergulhe em uma onda conservadora. 

Veja vídeo completo:

Em 2015, Fernanda foi alvo de uma polêmica por conta da sua personagem na novela Babilônia. Ela e a atriz Nathália Timberg, sua parceira de cena, protagonizaram um beijo logo no primeiro capítulo, que causou reações negativas de parte do público e refletiu na audiência baixa do folhetim. 

Ainda no vídeo, Fernanda afirma que o país precisa de educação. "No fundo, o que nós necessitamos mesmo é de educação com cultura, e cultura com educação e liberdade. Não existe nação sem liberdade", completa.

A campanha também traz vídeos de outros artistas como Fernanda Torres, Marisa Monte, Caetano Veloso, Cissa Guimarães e Adriana Varejão. Alguns deles também vão entrar com ações na Justiça contra políticos e grupos que os associaram à pedofilia e zoofilia por terem defendido as intervenções.