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Primeira edição da Flisu conta com Lázaro Ramos, Conceição Evaristo e Carla Akotirene
Laura Fernades
Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 05:55
- Atualizado há um ano
Celebrar a literatura suburbana marginalizada é o principal objetivo da 1ª Festa Literária do Subúrbio, que acontece nos dias 26 e 27, com programação gratuita e virtual transmitida pelo YouTube. Lançamentos de livros, rodas de conversa, palestras e intervenções artísticas fazem parte do evento que conta com a participação de Lázaro Ramos, Conceição Evaristo e Carla Akotirene. “A gente que celebrar a nossa literatura suburbana, preta e periférica. As pessoas enxergam o Subúrbio como uma área distante da cidade, mas não enxergam a pluralidade que habita esse local. Fazer essa Flisu para chamar de nossa é ampliar essa lente para a sociedade e mostrar que o Subúrbio faz literatura, faz arte e tantas coisas que nutrem o Brasil”, destaca o ator, poeta e curador Fábio de Santana, 37 anos. Responsável por conduzir alguns dos bate-papos da Flisu, Fábio conta que o que guiou a programação foi “a excelência do trabalho que essas pessoas desenvolvem”. “Existem potências que precisam ser descobertas. Temos essa diversidade no Subúrbio, queremos colocar todas e todos para brilhar. A curadoria teve esse cuidado de colocar essas estrelas”, explica Fábio. Entre os destaques da programação, estão a mesa de abertura de Conceição Evaristo, às 10h30, e a roda de conversa Estética Suburbana e Representatividade, que acontece às 13h30. Nesta, Leandro Vilas Verde e Sérgio Vaz conversam sobre as narrativas de escritores “que contribuem para revelar um subúrbio, vivo, latente e visceral”. Outro destaque do dia 26 é o encontro entre Lázaro Ramos e Carla Akotirene, às 15h30, no bate-papo Literatura e Identidades: por uma estratégia de libertação, mediado pelo professor e poeta Jairo Pinto. No mesmo dia, a Flisu realiza um sarau com vários representantes da cidade, como o Sarau da Onça, o Sarau do Cabrito e o Sarau do Bêco. Nelson Maca, Cássia Vale, Landê Onawale e Juraci Tavares também estão no evento que inclui pessoas com forte relação com o Subúrbio. “A marca da programação é o protagonismo”, explica o curador do evento. “A gente que sair da plateia dos principais festivais literários e ir para o palco e produzir também. Estar na plateia não é ruim não, mas queremos ocupar todos os espaços”, defende Fábio. Celebrar a literatura insurgente é o grande objetivo da Flisu, reforça George Bispo, 35, coordenador geral do evento que também se propõe a dialogar “com o público não letrado”. “São as literaturas produzidas fora dos padrões, fundamentadas em outras ideias ligadas à narrativa oral, muito ligada às subalternidades, seja por questão de classe, questões étnicas, ou de origem geográfica”, explica George. A Flisu está em um território onde não se fala em carência, “mas em potencialidades que não são reveladas”, acrescenta o coordenador. O evento, portanto, busca de jogar luz para “essas insurgências da criação literária que está nas esquinas, nos muros, nas encruzilhadas e mostrar um pouco da beleza do Subúrbio que vai além da beleza geográfica”, ressalta. A ideia é ressignificar, “dar esperança, afeto e espelho” para a “juventude preta e periférica”, acrescenta Fábio. “Ao mesmo tempo, agradecer e reverenciar os mais velhos que abriram caminho para que hoje estivéssemos aqui, protagonizando”, continua. “A Flisu é um acalanto nesse momento difícil que estamos vivendo. A arte nos alimenta, é o que nos mantém vivos”, justifica.
Serviço Dias 26 e 27, horários variados. Transmissão no canal da Flisu no YouTube. Gratuito.