Festa Literária movimenta Cachoeira de hoje a domingo

CORREIO preparou um guia para quem vai curtir o evento na cidade do Recôncavo

  • Foto do(a) author(a) Laura Fernades
  • Laura Fernades

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Caio Franco/Divulgação
Minna Salami é colunista do The Guardian e do blog feminista MsAfropolitan por Divulgação

A  Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) começa nesta quinta (5) e o O CORREIO preparou um roteiro com destaques do evento gratuito que acontece até  domingo (8), na cidade de Cachoeira (localizada a cerca de 120 km de Salvador). Em sua sétima edição, a Flica reúne debates, lançamentos de livros, exposições, contação de histórias, sarau e música, junto com a programação da Fliquinha.

Um dos maiores eventos literários do Brasil, a Flica 2017 conta com a presença de 20 autores que vão participar de dez mesas temáticas. Com curadoria do escritor e jornalista Tom Correia, o evento homenageia o escritor e jornalista baiano Ruy Espinheira Filho, que participa de um bate-papo com o público na sexta-feira (6).

Confira os destaques, por dia, da Flica que é realizada pela Cali e Icontent e tem patrocínio do Governo do Estado, por meio do Fazcultura, além de apoio do Hiperideal, da Coelba, da Odebrecht e da Prefeitura Municipal de Cachoeira.

Quinta-feira (5)

15h: a mesa de abertura Os Reflexos do Passado Ancestral em Nossa Pele, reúne o escritor cubano, radicado em Salvador, Carlos Moore e o paulista Cuti (pseudônimo de Luiz Silva) para debater a negritude como protagonista na sociedade excludente. A mediação é de Zulu Araújo.

16h30: na programação da Fliquinha, o cantor Saulo apresenta o Baile Pé de Maravilha com Saulo. O show dedicado ao público mirim inclui clássicos infantis da música popular brasileira e músicas do álbum Casa Amarela, lançado por Saulo e Ivete Sangalo, em 2008.

Sexta-feira (6)

15h: a programação de sexta inclui a mesa Intervenções, Agitações e Desvarios, na qual participam o escritor paulista Ricardo Lísias, autor do polêmico livro Diário da Cadeia (2017), assinado com o pseudônimo Eduardo Cunha, e a escritora baiana Daniela Galdino. A mediação é de Wesley Correia.

19h: na mesa A Poesia em suas Infinitas Estações, o escritor baiano Ruy Espinheira Filho vai falar sobre sua experiência como professor e escritor. Além disso, o autor homenageado da Flica 2017 vai lembrar dos tempos em que atuou como jornalista e falar sobre a importância de instituições como a Academia de Letras da Bahia. A mediação é da poeta Mônica Menezes.

21h: ainda na programação de sexta, o cantor e compositor Roberto Mendes se apresenta acompanhado do seu filho João Mendes no show Chulas, um Canto de Pai Para Filho. O repertório inclui chulas e xaréus feitos em parceria com Nizaldo Costa, Capinan e Jorge Portugal.

Sábado (7)

9h30: o projeto Livres Livros apresenta a contação de histórias do livro A Magia dos Sonhos, na programação da Fliquinha. Escrito por Raissa Martins e ilustrado por Rebeca Silva, o livro conta de forma lúdica como o movimento de incentivo à leitura Livres Livros começou sua trajetória e convida o público a conhecer personagens de Cachoeira, através das contadoras de histórias Acely Araújo e Cristina D’Ávila.

10h: A mesa Entre a Ficção e a Notícia: limites, contrapontos e narrativas possíveis, reúne dois jornalistas que têm forte relação com a criação literária: Ricardo Ishmael e Francisco José. Apresentador da TV Bahia, o primeiro apresenta o ambiente sertanejo explorado no livro O Curioso Destino de Rita Quebra-Cama (Solisluna). Já o segundo, apresentador da TV Globo, passeia pela experiência de mais de 40 anos de carreira, que inclui reportagens especiais em cobertura de guerras e copas do mundo, cujos detalhes compõem um livro de memórias. Mediação Zulu Araújo.

14h: Já na mesa Verbos Implacáveis, Surtos Criativos, Angústias Favoritas, quem entra em cena é a youtuber, jornalista e escritora Julia Tolezano, a Jout Jout. Apresentadora do canal do YouTube JoutJout Prazer, a youtuber recusa-se a assumir o papel de “princesinha da família” e revela crises envolvendo autoestima, relacionamentos e trabalho, com leveza e sarcasmo. Tia Má, personagem da jornalista baiana Maíra Azevedo, completa a mesa.

17h: a mesa Escrita de Resistência Contra os que Desejam Sufocar a Nossa Voz, reúne a escritora nigeriana Minna Salami, colunista do The Guardian e do blog feminista MsAfropolitan, e a escritora mineira Cidinha da Silva, autora do livro #Parem de nos Matar!, que trata sobre o genocídio da população negra. A professora Denise Carrascosa faz a mediação da mesa que debate a condição da mulher e do negro na sociedade contemporânea.

20h: última mesa de sábado, A Máxima Potência que Habita as Palavras aborda o poder da escrita a partir da participação de uma das escritoras africanas de maior projeção na atualidade, a moçambicana Paulina Chiziane, e da jornalista, atriz e escritora capixaba Elisa Lucinda. A mediação é da escritora baiana Lívia Natália.

22h: o poeta e compositor pernambucano Maviael Melo apresenta seu show que mistura canções, contos, poesias e cordéis que refletem sobre os cuidados com a água, a terra, o planeta. Maviael também é autor do Cordel das Águas, publicação feita pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima da Bahia (Ingá).

[[galeria]]

Domingo (8)

10h: Imperdoável Capacidade Humana de Apagar seus Antepassados é a última mesa da Flica, que conta com o premiado escritor Daniel Munduruku, que expõe em seus livros as inquietações e impressões sob a ótica da ancestralidade, e a ativista Eliane Potiguara, autora de diversas publicações e remanescente de uma etnia que se viu obrigada a deixar suas terras. A mediação é de Suzane Lima Costa, coordenadora do Núcleo de Estudos das Produções Autorais Indígenas (Neai-Ufba).

Programação completa: http://flica.com.br