Festival leva arte, música, gastronomia e moda ao Candeal; programe-se

Desfile e shows de Ed Motta, Gerônimo, Letieres Leite e Targino Gondim marcaram o primeiro dia do Candyall e Tal

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 22:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Arisson Marinho/CORREIO

Os tambores tocaram mais alto nesta sexta-feira (23) no Candeal. A abertura do festival de arte urbana Candyall e Tal levou arte, música, gastronomia e moda ao bairro que elevou a música percussiva a outro patamar. Até domingo (25), o evento promete movimentar ainda mais o local, reverenciando sua efervescência cultural, e  levando cerca de 12 mil pessoas para lá. “O Candyall e Tal representa a manutenção das nossas tradições e a valorização da cultura local. Cultura essa que é a melhor forma de expressão da nossa comunidade artística. É um evento em que as famílias se encontram e não deixa de ser uma extensão do Verão e aquecimento para o São João”, afirmou o cantor Carlinhos Brown, mentor e presidente da Associação Pracatum, que assina o festival. Brown toca com Iza domingo (25) (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Para Brown, o evento - que chega na sua terceira edição – fortalece o vínculo entre a cidade e a comunidade que, no fim da década de 80, viveu um levante cultural conhecido como Vai quem Vem. O movimento foi responsável por uma renovação na música percussiva da Bahia, vendo nascer a Timbalada e seu santuário cultural, o Guetho Square, responsável por fazer do Candeal um destino de entretenimento: “Estou muito feliz de ver o axé, que antes era reticente em trazer participações, promover cada vez mais essa mistura em situações como essa”.

Ruas, escadarias e becos são ocupados com música, arte e gastronomia com a programação, quase toda  gratuita. À noite, o Candyall Guetho Square, recebe encontros inéditos a preços populares (R$20|R$10). Sábado (24) se apresentam  João Donato, Margareth Menezes e Gerônimo; domingo (25), Carlinhos Brown e Iza. Os encontros são acompanhados pela banda Música e Tal, que rearranja o repertório a partir da herança percussiva. As amigas Flavia Firmino, 16, Miriam Fernandes, 18, e Amanda Caldas, 15 garantiram um lugar bem pertinho do desfile; elas estão ansiosas para o show de Iza, domingo (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) “Estou muito honrado de participar desse evento  que promove vários cruzamentos estéticos. Muita gente não sabe, mas Salvador e sua música instrumental são referências muito fortes para mim”, revelou o cantor Ed Motta, que tocou ao lado de Gerônimo, Letieres Leite e Targino Gondim. (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O sanfoneiro Targino Gondim conta que tem uma forte ligação com o bairro, já que seu primeiro disco foi mixado no local e ele participou dos últimos ensaios da Timbalada no Guetho Square: “Nasci no forró, mas gosto de transitar por todos os gêneros. Não deixa de ser uma confraternização. Na época, ia até fazer um projeto, Targino no Guetho. Quem sabe agora não sai?”.  Targino tocou músicas de Luiz Gonzaga e do seu repertório (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Bom pra todo mundo Além dos encontros no palco principal, o festival promove a ocupação das ruas e a movimentação da economia local. “Toda comunidade e os negócios locais estão envolvidos”, ressalta Selma Calabrich, diretora da Pracatum. Selma Calabrich, diretora da Pracatum, disse que o festival é um resumo do que acontece sempre no bairro (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) A vendedora de espetinhos Eliane dos Santos, 43 anos, está confiante. Ela, que diariamente compra dois quilos de carne, dessa vai comprar entre dez e 15: “Além de ser pertinho de casa, ajuda a gente a ganhar uma grana extra”, disse. (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Já a vendedora Hildenizia Chagas, da marca Person Azulejos, levou todo seu material para o bairro. "Participei de todas as edições e o mais legal é que é uma vitrine para o nosso trabalho, porque - mesmo que as pessoas não comprem agora - vão lembrar da gente em algum momento", pontua.  (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O desfile da grife baiana Meninos Rei, assinado pelos irmãos Júnior e Céu Rocha, foi um dos momentos marcantes da noite. Eles fizeram uma homenagem a Brown. Participaram da ação 20 modelos negros, sendo quatro convidados da comunidade. “Como sou daqui, achei muito legal desfilar na frente de pessoas conhecidas e do meu bairro. É uma forma de valorizar as nossas raízes”, destacou a estudante Beatriz de Azevedo, 15.  Beatriz foi uma das modelos que representou a comunidade (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Programação Sábado (24), 16h

Feira de Artes; Zap Eletrônico (Escadaria do ZAP); Grovelandia (Espaço Lactomia); Percussivo Pracatum (Escadaria do Zé Botinha); Leitieres Leite e Quinteto (Bica); Bitgaboott (Praça das Artes); Banda Música e Tal com João Donato, Lazzo e Margareth Menezes (Guetho Square) 

Domingo (25), 16h

Feira de Artes; Jeferson Silva; Trio (Escadaria do Zé Botinha); Zap Eletrônico (Escadaria do ZAP); Feijão Balanço (Bica); Peu Meuray e Tamborcicleta (Itinerante); Baco Exu do Blues (Praça das Artes); Banda Música e Tal com Carlinhos Brown e Iza (Guetho Square)