Festival Vivadança, em formato digital, celebra a dança africana

Programação começa nesta quinta (29) com espetáculo produzido no Senegal

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 28 de abril de 2021 às 09:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Desde sua primeira edição, em 2007, o Vivadança, festival internacional de dança que acontece anualmente em Salvador, traz para a cidade artistas de diversos países, especialmente da América Latina e Europa. Mas a diretora geral e curadora Cristina Castro sempre teve o desejo de dar mais atenção à África. No entanto, alguns fatores dificultavam isso, especialmente a logística, já que, segundo Cristina, os custos para trazer os artistas daquele continente eram bem altos.

Finalmente, nesta 14ª edição, que começa amanhã, o Vivadança vai dar o desejado destaque a dançarinos de países como Moçambique, Senegal, Togo e Namíbia. E isso acontece porque, pela primeira vez, o evento será realizado 100% digitalmente. “A África respondeu muito bem ao nosso chamado. Teremos espetáculos, filmes, bate papos, lives e encontros com diretores que são mestres de diferentes partes do continente africano”, afirma Cristina.

Mas a Europa também estará presente, representada por artistas da França, Alemanha, Espanha e outras nações. A Bahia também continua com seus espaço reservado na Mostra Baiana de Dança Contemporânea, onde se apresentarão Claudio Machado, Edu O., Melissa Figueiredo e outros artistas locais. Os links para os espetáculos estão no site do evento, festivalvivadanca.com.br.

Um dos destaques do primeiro dia do Vivadança é Dançando ao Anoitecer – um Momento com A Sagração da Primavera de Pina Bausch, uma coprodução Reino Unido/Alemanha/Senegal. Essa é a única atração que terá ingressos pagos, a R$ 10. O restante da programação é gratuito. Dançando ao Anoitecer foi gravado em um ensaio geral do espetáculo no Senegal e reúne 38 bailarinos de 14 países africanos.

Videodança Também estreia amanhã a mostra de videodança Fiver Cervantes, com produções de artistas espanhóis e latino-americanos. A videondança, no entanto, não é um simples registro documental de um espetáculo, já que é um produto concebido especialmente para a linguagem audiovisual. Cristina Castro, curadora e diretora do Vivadança O dançarino baiano Gil Alves está no clipe Adupé Obaluaê, que também integra a programação do primeiro dia do Vivadança. Gil festeja a realização de um festival de dança, ainda que seja em formato virtual: “Embora o público on line (em geral) tenha diminuído no consumo de aulas, workshops e lives, esse ainda é o único caminho que temos para a valorização e reconhecimento das produções”. Gil, além de dançar no clipe do músico Zé Manuel, é o roteirista, diretor e diretor de arte.  “O clipe fala sobre a nossa ancestralidade e retrata a cura através da dança. Obaluaê é o orixá da cura em todos os seus aspectos, do respeito aos mais velhos e protetor da saúde”, diz Gil.

Uma das novidades da edição deste ano é o podcast Bahia Mundo, em que bailarinos baianos vão falar sobre a experiência de seguir carreira fora do país. Armando Pekeno (França), Augusto Soledade (Estados Unidos), Carlos Sampaio (Alemanha), Dimi Ferreira (França) e Evelin Keller (Hong Kong) são os participantes da atração, que terá uma segunda temporada. “São talentos da dança baiana que se estabeleceram em outras culturas e vão dar dicas para para quem quer sair do Brasil”, diz Cristina.

Serviço

Quinta-feira (29) até 9 de maio. Programação e links no site festivalvivadanca.com.br. Grátis (exceto o espetáculo Dançando ao Anoitecer, que custa R$ 10)