Fiéis lotam igreja em dia de São Jorge

Homens e mulheres foram agradecer bênçãos recebidas e fazer novas preces

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  • Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2018 às 14:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Leitor CORREIO

Uma missa foi realizada na paróquia São Jorge, no bairro Jardim Cruzeiro, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (23) para celebrar o legado do santo que leva o mesmo nome da igreja. Emocionados, muitos fiéis agradeceram por graças alcançadas e outros fizeram novas preces. 

No local, as dezenas de devotos de São Jorge demonstraram particularidades na manifestação da fé. Houve desde os que preferiam cantar e orar em alto tom, até os fiéis que choraram ao se sentirem representados pelo santo.

As lágrimas de devoção tomaram conta da face da taxista Lindinalva Costa, 44 anos. Ela ficou emocionada, após se deparar com uma imagem de São Jorge, representada em um dos cinco quadros que estavam expostos à direita da porta de entrada da paróquia.

"Estou chorando, porque encontrei a carteira com todos os documentos que perdi há oito dias", explicou, aliviada por não ter de interromper os trabalhos como taxista para tirar uma nova carteira de habilitação.

Para Lindinalva, a fé em São Jorge foi preponderante no processo de resgate dos papéis. "Rezava todos os dias, até que uma pessoa desconhecida achou a carteira e passou para a minha vizinha, que me entregou", contou a taxista. Taxista admira peça de arte em homenagem a São Jorge (Foto: Leitor CORREIO) Graças alcançadas Enquanto o choro de Lindinalva vinha acompanhado de sorrisos, as orações da auxiliar de telemarketing Alzira Reis, 35 anos, expuseram a tristeza de quem perdeu o marido há pouco mais de uma semana. Vítima de uma doença cardiovascular, o companheiro de Alzira ainda suportou viver dois anos com, apenas, 13% do coração. "Assim como São Jorge, meu marido foi guerreiro", enaltece a viúva.

A batalha do marido, aliada à representação de São Jorge, se transformou em um legado para Alzira seguir a vida. "Estou aqui, também, para repor as forças e rezar por toda a minha família", disse.

O aposentado Orleans dos Santos, 67 anos, só teve a agradecer ao legado de São Jorge. Operário de ofício, ele passou por problemas de saúde à época em que trabalhava na fábrica.

"Fiquei com a saúde afetada porque trabalhei com produtos químicos, mas sempre tive persistência em acreditar que iria me aposentar com saúde", contou Orleans, atribuindo a perseverança à fé em São Jorge. Auônoma Maria Crispina foi à paróquia agradecer as bençãos (Foto: Leitor CORREIO) A gratidão manifestada pelo aposentado também deu o tom das orações da autônoma Maria Crispina, 52 anos. Ela agradeceu ao santo por proteger a sua família de situações ruins."Uma vez, meu filho escapou de um assalto no ônibus porque estava com uma imagem de São Jorge no bolso", relata a devota.

Ao final da missa, o bloco afoxé Filhos de Gandhy realizou, na Paróquia, uma homenagem ao santo guerreiro. O presidente do grupo, Gilsoney Oliveira enfatizou o sincretismo religioso na devoção de Oxóssi, como São Jorge é o conhecido no candomblé.

Gilsoney entregou a camisa e um colar dos Filhos de Gandhy para o pároco da igreja, Clóvis Souza. Ele segurou a camiseta, vestiu usou o colar e, em meio a gritos de "Ajayô" e "Salve, Jorge", o ressaltou os valores que englobam o legado do santo: defesa de Jesus Cristo e amor ao próximo.  

Às 16h, haverá uma caminhada, saindo do Largo de Roma até a Paróquia de São Jorge, onde haverá a bênção do Santíssimo Sacramento.