Filha de 4 anos de babá atropelada por caminhão não sabe da morte da mãe

No acidente, morreram Vanessa Brito, 28 anos, e o porteiro Elinaldo Gonçalves, 53

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  • Gil Santos

Publicado em 18 de julho de 2018 às 12:45

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A familia da babá Vanessa Brito Santos, 28 anos, atropelada por um caminhão desgovernado no bairro do Trobogy, na manhã de terça-feira (17), ainda não sabe como vai contar para a filha dela, uma menina de 4 anos, que a mãe morreu. Segundo eles, desde que a tragédia aconteceu a criança está na casa de uma tia. A garota pergunta pela mãe e pediu para falar com ela por telefone.

A amiga da babá, Tamile Brito, 24, contou que a família está em choque. O corpo de Vanessa será enterrado hoje. Ela foi uma das duas pessoas mortas pelo caminhão. Outras quatro ficaram feridas."Ela morava em Nova Brasília, com o marido e a filha, e saía todos os dias para trabalhar por volta das 6h30. Ela sempre pegava o ônibus naquele ponto e, quando voltava também, descia ali. A filha dela não sabe do que aconteceu ainda e a família está vendo como vai contar", disse Tamile, na manhã desta quarta-feira (18), no Cemitério Bosque da Paz. Foto: Acervo Pessoal Tamile contou que era amiga da jovem há mais de 10 anos e que as duas conversavam todos os dias, pessoalmente ou através de mensagens de celular. Na noite anterior ao acidente, a babá estava contente e fazendo planos. 

"Ela era uma ótima amiga, uma boa filha e uma mãe atenciosa. Estamos todos sofrendo", disse, emocionada.

Vanessa era a filha do meio de três irmãos e estava casada há oito anos. Amigos contaram que ela trabalhava como babá, na Boca  do Rio, e que algumas vezes ela pegava carona com o pai para ir trabalhar. 

No dia do acidente, ele passou pelo local alguns minutos depois da tragédia, viu a confusão, mas não sabia que Vanessa era uma das vítimas. A jovem foi socorrida com vida para o Hospital do Subúrbio, onde deu entrada com fraturas múltiplas. Ela passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu na final da manhã.

O corpo da babá está sendo velado na capela 3 do Cemitério Bosque da Paz. Ao lado, está sendo velado o corpo do porteiro Elinaldo Gonçalves, 53, outra vítima do acidente. Ele também estava a caminho do trabalho quando foi atingido e morreu no local. 

Amigos das duas vítimas acusam o motorista do caminhão de estar em alta velocidade. O condutor, que trabalha numa empresa de transporte de entulhos, disse para a polícia que perdeu o controle da direção ao entrar na curva. A polícia informou que ele será indiciado por homicídio culposo porque não teve a intenção de matar.

‘Só passou pela minha cabeça orar’, diz motorista de caminhão que invadiu posto

O acidente  O motorista Maurício Santos Costa, que dirigia o caminhão envolvido no acidente, afirmou que entrou em desespero depois que percebeu as pessoas caídas no chão. Ele prestou depoimento na 10ª Delegacia (Pau da Lima), logo após a tragédia. "No momento que eu saí do caminhão, minha reação foi olhar para as vítimas que estavam no chão. Me deparei com aquela jovem debruçada no chão e o rapaz jogado. Ai eu me ajoelhei e comecei a orar. Perguntava: Senhor, por que está acontecendo isso? Conforta o coração dessas pessoas que estão machucadas. Foi a única coisa que lembrei naquele momento para Deus confortar cada um que estava ali naquele momento. Naquele momento eu não sabia que tenha realmente uma pessoa que tinha ido a óbito", afirmou Maurício.Após depoimento, Maurício foi liberado. Segundo o delegado Antônio Fernando, titular da 10ª Delegacia (Pau da Lima), o motorista responderá pelo acidente em liberdade. Ele foi autuado por homicídio culposo. “Ele estava trabalhando. Ninguém na situação dele sai de casa na intenção de matar alguém”, justificou o delegado. 

Além de Maurício, prestou depoimento também o ajudante dele, Adilson dos Santos.  Maurício foi contratado para trabalhar como motorista na Dynâmica Locação de Máquinas e Equipamentos no dia 3 de julho deste mês.