Filme conta história da família e conflitos entre os Cravos

Christian, fotógrafo, é o fio condutor do documentário que estreia dia 25

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  • Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 20:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação

Estreia no dia 25 (quinta-feira), o filme Cravos, documentário sobre os conflitos entre três gerações de artistas da família do fotógrafo baiano Cravo Neto. A pré-estreia será no dia 22 (segunda-feira), para convidados, no UCI do Shopping Barra. 

O escultor Mario Cravo Junior (1923 – 2018) e os fotógrafos Mario Cravo Neto (1947 – 2009) e Christian Cravo (1974) – avô, pai e neto – são os personagens do longa que tem Christian como fio condutor do enredo. O filme o acompanha em três grandes viagens pelo continente africano: Tanzânia (2012), Uganda (2013) e Namíbia (2014).  Hipopótamos na Tanzânia Durante 20 anos, a carreira do fotógrafo foi pautada pelo ser humano, mas três marcantes acontecimentos em sua vida o fizeram mudar o foco e voltar suas lentes para a natureza selvagem: a morte do pai, Cravo Neto, em 2009, o terremoto no Haiti (país tema de seu livro Jardins do Éden), em 2010, que matou vários de seus amigos, e a disputa familiar pelo destino do acervo de seu pai. "Se meu pai não tivesse sido fotógrafo, eu dificilmente seria fotógrafo”, afirma Christian. Mas ele procurou um caminho diferente e longe da Bahia, que tanto inspirou o trabalho de Cravo Junior e Cravo Neto. “Não dá para simplesmente fazer algo na esquina de sua casa. Você precisa se aventurar para ir além e tudo o que um artista não quer é se parecer com outro. Muito menos com seus familiares”.

Em busca de cura para suas dores, Christian fotografa elefantes, hipopótamos, leões, chimpanzés e o deserto em tempestade, enquanto mergulha em profundas reflexões sobre suas questões familiares e, especialmente, a relação conflituosa com o pai e o avô. “São três homens, pai, filho e neto, mas cada um deles têm sua peculiaridade emocional e não podia deixar de ser. Mesmo que haja desentendimentos entre os três, isso faz parte da vida”, afirmou Cravo Junior em entrevista gravada para o documentário.

O diretor Del Fiol encontrou mais de 100 horas de gravações feitas por Cravo Neto. Incapaz de se separar da câmera, ele registrou conversas e brigas com os familiares, suas próprias exposições, viagens com os filhos, o casamento de Christian, o ateliê de seu pai em Salvador e suas experiências de iniciação no candomblé.

O material de arquivo e a trilha sonora original de Benjamin Taubkin costuram as digressões e relatos de Christian e introduzem os outros personagens de seu universo familiar: sua mãe Eva, a tia Kadi, a mulher Adriana, suas filhas Sophia e Stella, a madrasta Angela e os meios-irmãos Lucas e Akira.  A África selvagem está no filme Entre a Bahia mítica das tradições religiosas e a África selvagem, o filme apresenta obras emblemáticas dos três premiados artistas, seu rigor e radicalidade, as relações de poder e a imensa dificuldade em demonstrar afeto. “Os homens são o que são e não o que desejariam ser”, diz Cravo Junior.

“Mais do que um filme de artista, este é um filme de família. Me interessava entrar nesse ambiente privado e extremamente complexo, de onde saíram três personagens tão talentosos e intensos”, diz Marco Del Fiol. Para o diretor, o documentário aborda um certo analfabetismo emocional masculino. “É hora de repensarmos o papel do homem, seja pai, filho, avô ou marido, dentro das dinâmicas familiares”, completa.

FICHA TÉCNICA (107 min) Direção: Marco Del Fiol Produção: Minom Pinho, Jasmin Pinho, Marco Del Fiol Roteiro: Marco Del Fiol e Tali Yankelevich Direção de Fotografia: Marco Del Fiol Assistência de Direção: Gustavo Almeida Edição: Tali Yankelevich Trilha Sonora Original: Benjamin Taubkin Gravação e Mixagem da Trilha Original: Estúdio Carbono, Zé Godoy Finalização de Áudio INPUT: artesonora Supervisão de Som e Mixagem: Rafael Benvenuti Edição de Som: Stanley GIlman Designer Gráfico: Julio Dui Supervisão de Pós-Produção: Aza Pinho Produtor Associado: Gustavo Almeida Produção Executiva: Minom Pinho, Marco Del Fiol e Jasmin Pinho Apoio: Rede Bahia e Galeria Paulo Darzé