Filme de terror As Boas Maneiras vai abrir Panorama Coisa de Cinema

Estrelado por Marjorie Estiano e Isabél Zuaa, filme parte do do cotidiano para explorar questões sociais

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  • Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 05:25

- Atualizado há um ano

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Grande vencedor do Festival do Rio, o filme de terror As Boas Maneiras vai abrir o XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema, no dia 8 de novembro. Na noite de anteontem, ele conquistou três troféus Redentor: melhor longa de ficção, melhor atriz coadjuvante (Marjorie Estiano) e melhor fotografia. Antes, já havia sido bem recebido na Suíça, onde venceu o Prêmio Especial do Júri do último Festival de Locarno. 

Estrelado por Marjorie Estiano e Isabél Zuaa, o longa é resultado da parceria dos jovens diretores paulistas Juliana Rojas e Marco Dutra, que também marcarão presença na sessão de abertura do Panorama, do qual já são veteranos. “A gente já exibiu nosso primeiro longa Trabalhar Cansa (2011) e também vários curtas  no Panorama”, lembra Rojas, que este ano concorre com o curta A Passagem do Cometa na mostra principal.

Coprodução com a França, o filme é considerado a obra mais madura dos dois diretores, integrantes do coletivo Filmes do Caixote, responsáveis por arejar o gênero do terror no país. Juntos, eles também já assinaram a direção dos curtas O Lençol Branco (2004), Um Ramo (2007) e As Sombras (2009).

Assim como nas produções anteriores, os dois partem do cotidiano para explorar questões sociais. “Queríamos falar de maternidade e do abismo social de São Paulo num filme que tivesse horror”, afirmou Dutra em entrevista recente à Folha de S.Paulo. Assim, o filme se constrói como uma fábula de terror, ambientada na maior cidade do país.

O enredo gira em torno de uma babá (Isabél Zuaa) contratada para cuidar da jovem paulistana Ana (Marjorie Estiano), que está grávida. Apesar de os médicos assegurarem que a gestação segue tranquila, nas noites de lua cheia, a futura mamãe vaga a esmo pelas ruas e sente um desejo incontrolável de comer carne. Logo se descobre que ela carrega um lobisomem no útero. O filme investe em altas doses de humor macabro,  sustos, sangue cenográfico, efeitos especiais complexos e até a números musicais.

Com fotografia do português Rui Poças (O Ornitólogo, Tabu, Aquele Querido Mês de Agosto), montagem de Caetano Gotardo (diretor de O Que Se Move e montador de Trabalhar Cansa) e direção de arte de Fernando Zucollotto (Trabalhar Cansa e Trópico das Cabras). Guilherme e Gustavo Garbato (Quando Eu Era Vivo) assinam a direção musical do filme e são autores da trilha e das canções junto com Juliana e Marco. Além da conquista dos troféus Redentor, As Boas Maneiras ainda foi contemplado no Festival do Rio com o Prêmio Petrobras de Cinema, que vai investir R$ 200 mil na distribuição em salas comerciais, e com o Prêmio Felix, dedicado à melhor obra com temática LGBT.