Filme Minha Fama de Mau dá a Erasmo Carlos sua devida importância

Longa-metragem baseado na autobiografia homônima volta-se para os primeiros anos da carreira do tremendão

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  • Roberto Midlej

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 10:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Paprica Fotografia/Divulgação

Erasmo Carlos surgiu para a música pouco depois de Roberto Carlos. Durante algum momento, os dois até estiveram num patamar de popularidade próximo, especialmente quando apresentaram, junto com Wanderléa, o programa Jovem Guarda. Quando Roberto deixou a TV, sua carreira atingiu um patamar que provavelmente nenhum outro artista brasileiro jamais alcançou.

Erasmo nunca chegou a ser esquecido e até teve alguns sucessos nos anos 1970 e 80 que lhe deram popularidade. Mas para as gerações mais recentes, o Tremendão talvez seja um coadjuvante da Jovem Guarda ou esteja à sombra de Roberto. Felizmente, o filme Minha Fama de Mau - baseado na autobiografia homônima - chega para dar ao músico a sua devida importância, especialmente como letrista.

Dirigido por Lui Farias (Com Licença, Eu Vou à Luta/1986), o longa-metragem volta-se para os primeiros anos da carreira de Erasmo, desde a adolescência, quando morava com a mãe na casa do padrinho, até o início dos anos 1970.

Chay Suede (o Ícaro de Segundo Sol) está no papel principal e Gabriel Leone (o Miguel de Sá Ribeiro de Velho Chico) vive Roberto Carlos. Malu Rodrigues, como Wanderléa, completa o trio principal.

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O grande desafio dos três, que já têm experiência com música, foi regravar as canções da Jovem Guarda que estão na trilha do filme. Chay, por exemplo, faz uma emocionante versão de Gatinha Manhosa. E atente para outro belo momento, quando Gabriel Leone canta, acompanhado apenas de piano - que ele mesmo toca - a clássica Amigo, na cena mais emocionante do filme. “Amizade emociona muito, né? Mais ainda, uma amizade verdadeira como a deles, com altos e baixos”, diz Chay Suede.

O filme não esconde esses “altos e baixos” a que Chay se refere e esse é um mérito da produção, que evita o tom chapa-branca. O conflito entre Roberto e Erasmo e o ostracismo que o segundo viveu por um tempo estão muito bem registrados.

Chay também constrói bem seu Erasmo, sem imitá-lo. “Não acredito em imitação, a não ser que essa seja a finalidade. Mas eu acredito num 'contágio', de buscar a energia da pessoa através de coisas da vida pessoal dela ou daquilo que o influenciava. No caso do Erasmo, era o universo do rock e eu me contagiei por aquele universo”, diz o ator.

O elenco se sai bem, com Gabriel com um desempenho até superior a Chay, sem cair na caricatura de Roberto. Bruno de Luca, como Carlos Imperial (1935-1992), é a baixa: está longe de incorporar a “cafajestagem” dessa figura que marcou a música brasileira. Mas nada que comprometa essa divertida viagem aos anos 1960.

COTAÇÃO: BOM

*O repórter viajou a são paulo a convite da Downtown Filmes

Horários do filme Minha Fama de Mau

UCI Orient Shopping da Bahia  Sala 6: 13h30, 16h, 18h30, 21h  UCI Orient Barra  Sala 6 (DELUX): 13h30, 16h, 18h30, 21h  UCI Orient Paralela  Sala 1: 13h30, 16h, 18h30, 21h  Orient Cineplace Boulevard Shopping  Sala 3: 13h20, 18h20, 20h50  Cinépolis Bela Vista  Sala 9: 15h, 17h30, 20h10, 22h45 Cinépolis Salvador Norte Shopping  Sala 1: 14h15, 16h45, 19h15, 21h50  Espaço Itaú de Cinema  Sala 4: 14h, 16h30, 20h30