Filme Tungstênio mostra Salvador além do cartão-postal

Longa filmado na capital baiana é baseado em HQ

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  • Roberto Midlej

Publicado em 21 de junho de 2018 às 20:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação

O baiano Fabrício Boliveira, que vive Roberval na novela Segundo Sol, agora está nos cinemas, em Tungstênio, dirigido por Heitor Dhalia (O Cheiro do Ralo/2006). Baseado no HQ homônimo de Marcello Quintanilha, o filme se passa em Salvador.

No longa, um drama com muitas cenas de ação, quatro personagens estão no centro da narrativa: um policial que atua movido por seus instintos; sua esposa, cuja decisão de separar-se dele é aparentemente irrevogável; um pequeno traficante, cujo principal interesse é sobreviver mais um dia; e um ex-sargento do Exército, saudoso da vida na caserna.

Tungstênio foi todo rodado em Salvador, na Cidade Baixa, em locais como Monte Serrat, Boa Viagem e Ribeira. Vai na contramão, portanto, dos cartões-postais a que nos acostumamos a ver na publicidade ou em outros filmes.

Além de Fabrício, há outros baianos no elenco, selecionados em grupos de teatro, como Wesley Guimarães. “O longa tem muitos personagens negros, o que tornou a procura por atores nos grupos de teatros locais maravilhosa. Foi um processo muito rico de troca e aprendizados”, diz Heitor Dhalia, que é pernambucano.

O cineasta não reluta em assumir que levou para o cinema praticamente uma transcrição dos quadrinhos: “Entrei na pilha da fidelidade total”, disse Dhalia em entrevista à Folha de S. Paulo.

Assuntos que têm sido muito discutidos atualmente, como a violência doméstica, também permeiam o filme, assim como o saudosismo da ditadura militar, representado por Seu Ney, que ganha a interpretação do sempre competente José Dumont.