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Miro Palma
Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
O Vitória não encerrou sua equipe sub-23. O clube rubro-negro não mudou completamente o planejamento e nada disso tem a ver com os dois empates da equipe na disputa pela Copa do Nordeste. A diretoria do clube, tampouco, prometeu que usaria seus aspirantes para o Campeonato Baiano e, eventualmente, para o Nordestão. Nada disso aconteceu a não ser o “sucesso do projeto” como descreveu o presidente do Leão, Ricardo David, em entrevista ao site Arena Rubro-Negra. É verdade esse “bilete”.
Se você torcedor não acredita, sinto muito. É o que tem para hoje. Afinal, a diretoria vermelha e preta não cansa de espalhar as mais esfarrapadas desculpas para acobertar a completa desordem que aflige a Toca do Leão. Se a diretoria se empenhasse tanto em botar ordem na casa como faz para criar justificativas, a situação do clube seria muito melhor.
O fato é que o Vitória não está em uma boa posição financeira. Trocando em miúdos, o time está quebrado. Se o bolso do clube já tinha sofrido um duro golpe com a péssima gestão anterior - daquele cujo nome sequer merece ser mencionado -, ele recebeu a última pá de cal com os erros de David e a queda para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Como miséria pouca é bobagem, os torcedores ainda têm que se preocupar com o vai e vem das decisões dos dirigentes, que parecem mais volúveis que político depois da eleição. Ou são?! Uma hora garantem que vão usar a equipe sub-23 no início do ano – uma decisão aceitável, já que os tempos atuais não permitem ao time ir ao mercado com um carrinho de compras, nem mesmo uma cestinha na mão. E não há momento melhor para avaliar esses jogadores e suas potencialidades do que no Campeonato Baiano, até mesmo no início da Copa do Nordeste.
Mas aí bastam dois empates para que tudo aquilo que foi planejado seja amassado e jogado no lixo. Pega alguns desses meninos e “incorpora” no time profissional, outros devolve para a equipe sub-20 mesmo e quem sobrar nessa equação é bom saber rezar, porque só Deus sabe qual destino terá.
O fato é que, atualmente, o Vitória não está dando conta nem de manter-se nos trilhos, quem dirá manter a esperança do torcedor que assiste a tudo isso sem a menor garantia de que o que foi dito hoje será mantido amanhã. Confiança é uma palavra que parece ter sido rasgada do dicionário de Ricardo David.
Absorver jogadores das categorias de base não é nada além do esperado para qualquer time que busque manter o equilíbrio. O Vitória já teve inúmeros sucessos seguindo essa máxima, faz parte de sua história. Como esquecer de Dida, Vampeta e Alex Alves, por exemplo? Isso não significa que desintegrar toda uma categoria seja uma decisão razoável. É o mesmo que secar a fonte de onde, no momento, vem praticamente todos os recursos acessíveis ao time principal.
Pior ainda é somar essas constantes más escolhas às indecisões que insistem em perseguir a atual diretoria. Um clube em crise não precisa, somente, de um bom planejamento, precisa estar comprometido com esse planejamento para alcançar os resultados. O Vitória de 2019 não pode se dar ao luxo de permanecer em um ambiente instável. Esse sim é um bilhete de verdade.
Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras