Flipelô reúne público diverso e vivaz no Largo do Pelourinho

Abertura teve performance poética de Arnaldo Antunes e concerto da Orquestra Afrosinfônica

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  • Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 22:50

- Atualizado há um ano

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Ruas enfeitadas, cheias de gente, com estabelecimentos de portas abertas o dia inteiro. No que depender do clima que imperou na abertura da terceira edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), o evento vai reunir um público motivado a curtir ao máximo a programação gratuita, que segue até domingo. 

Uma das atrações mais esperadas da primeira noite, Arnaldo Antunes, teve sua performance poética transferida da Arena do Teatro Sesc-Senac para o Largo do Pelourinho. “Vimos que a demanda do público era alta, e que o espaço previsto inicialmente não daria conta. O artista consentiu com a mudança, e agora estamos tendo prova de que foi melhor mesmo mudar”, comentou a curadora Ângela Fraga, ao comemorar o movimento. (Foto: Betto Jr./ CORREIO) Durante a apresentação, Arnaldo Antunes declamou canções conhecidas do seu repertório, misturadas a berros, sussurros e processamentos de sua própria voz ao vivo. 

Fã do cantor, o ator Vinicius Bustani foi surpreendido com a perfomance. “Foi engraçado, porque não sabia que ele estaria na abertura. Comprei um abará, fui subindo a ladeira e só depois entendi do que se tratava”, conta. 

A performance também causou uma espécie de estranheza a Herlane Barbosa, 35, que foi ao evento acompanhada da amiga Liliane Lima, 31. “Vim com a expectativa lá em cima para essa apresentação dele, mas não foi tudo que eu esperava, apesar de eu ter gostado. Amanhã, quero vir para ver Martinho da Vila”, diz ela, que é frequentadora assídua do evento e costuma ir sem definir previamente o que ver. “Gosto de chegar, ir andando e ficando”, explica. (Foto: Betto Jr./ CORREIO) Moradoras de Lauro de Freitas, no que depender das duas, nem a distância impedirá de que elas marquem presença na Flipelô pelo menos outros dois dias. “Venho sexta, que é dia da minha folga, e talvez sábado”, planeja Liliane.

O fim de semana é também o dia mais esperado para levar as crianças. Manuela Correia, 37, foi à abertura com a filha Gabriela, 3, mas pretende voltar no sábado, para acompanhar a programação infantil. 

A expectativa é alta também entre os ambulantes. A vendedora de cuscuz de tapioca Leda Cipriano, 42, deixou a Barra, e foi pela primeira vez trabalhar no evento. “É minha primeira vez, e hoje já foi muito bom. Tenho certeza que nos próximos dias será melhor”, deseja ela, que fixou ponto próximo ao palco. “É muito bom ver o envolvimento dos comerciantes, da comunidade do Pelourinho como um todo, com o evento. Conseguimos fortalecer isso ainda mais esse ano, e esse é um motivo de grande alegria”, finaliza Ângela Fraga. 

A noite foi encerrada com um concerto da Orquestra Afrosinfônica, que apresentou um poema sinfônico de Castro Alves ao lado do ator Jackson Costa. A fachada da Fundação Casa de Jorge Amado foi colorida com as projeções do VJ Gabiru.