Foco no boxe baiano rumo a Tóquio

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  • Da Redação

Publicado em 3 de março de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Com duas medalhas nas últimas edições de Jogos Olímpicos, com Adriana Araújo (bronze em Londres-2012) e Robson Conceição (ouro na Rio-2016), o boxe baiano dá no final deste mês seu passo mais importante rumo a Tóquio-2020. Quatro pugilistas locais (Bia Ferreira, 60 kg - Herbert Conceição, 75 kg - Keno Machado, 81 kg – e Joel Silva, + 91 kg), todos favoritos em suas categorias, tentam garantir vaga no Japão por meio do Pré-Olímpico das Américas, entre os dias 26 de março e 3 de abril, em Buenos Aires.

O qualificatório continental é promovido por uma força-tarefa do Comitê Olímpico Internacional (COI) e acontece após a novela do afastamento da Aiba (Associação Internacional de Boxe) devido aos graves problemas financeiros e pelas suspeitas de corrupção envolvendo a cúpula da entidade. A crise foi tão séria que o próprio presidente do COI, o alemão Thomas Bach, chegou a ameaçar o boxe de exclusão em Tóquio.

Os quatro baianos estão entre o total de 13 brasileiros na seletiva. O país vive um momento de otimismo com o boxe, que saiu do Pan-Americano de Lima-2019 com uma campanha recorde de seis medalhas (uma de ouro, três de prata e duas de bronze) e foi bem também no Mundial com dois pódios. E nas duas competições, quem brilhou foi a Bahia.

Grande estrela da delegação nacional, a soteropolitana Bia Ferreira foi ouro no Pan e no Mundial, sagrando-se como a primeira brasileira a ser campeã em cada um dos os eventos. Nascido em Salvador, Hebert Conceição também foi ao pódio em ambos, conquistando o bronze. Por fim, coube a Keno Machado, natural de Sapeaçu e criado em Conceição do Almeida, a prata em Lima-2019. Joel Silva, outro soteropolitano, não esteve no Pan, mas terminou o Mundial entre os 16 melhores do planeta, caindo nas oitavas de final.

Para os baianos, a vaga na Olimpíada é tida como certa por especialistas. Em Buenos Aires, estarão em jogo, em todas as categorias, um total de 33 postos no masculino e 16 no feminino. São pelo menos três vagas por categoria. Após o Pré-Olímpico das Américas, haverá uma última possibilidade de qualificação para Tóquio, no Pré-Olímpico mundial, de 13 a 20 de maio, em Paris.

Legado?

O boxe baiano tem produzido grandes revelações já há algumas décadas. Desde Valdemir Sertão e o supertreinador Luiz Dórea, passando ainda pelo multicampeão Acelino ‘Popó’ Freitas, além dos olímpicos Robson Conceição e Adriana Araújo, e de amadores de renome como Éverton Lopes (campeão mundial), Pedro Lima e Robenílson de Jesus.

Só que poucos desses atletas puderam desenvolver seus talentos por aqui. A grande maioria teve de participar de programas em outros estados para sobreviver do boxe, muito antes mesmo de pertencerem à elite da modalidade, na seleção brasileira permanente, sediada em Santo Amaro, em São Paulo.

Salvo o trabalho de garimpagem do incrível Luiz Dórea, quase nada de importante, ao menos no esporte de alto rendimento, acontece no estado. Por que não temos aqui um grande centro de treinamentos? Por que não pleiteamos ser a casa da seleção? Por que quase não temos lutas profissionais em Salvador? Mais uma vez, faltam investimentos e uma política esportiva consistente e eficaz para o estado. Ao menos, os talentos, inspirados em tantos ídolos, seguem brotando e nos enchendo de alegrias.

Luiz Teles é jornalista e escreve às terças-feiras.