‘Foi uma falha de segurança do metrô’, diz homem que colocou mochila confundida com bomba em estação de Brotas

Enéas conta que virou 'celebridade' depois que o caso foi noticiado; Polícia Civil informou que ele foi ouvido e liberado

Publicado em 26 de julho de 2017 às 11:53

- Atualizado há um ano

Enéas Sena, 48 anos, virou ‘celebridade’ desde que deixou uma mochila com material reciclado dentro de uma lixeira na estação do metrô de Brotas na tarde de terça-feira (25). “Toda hora fica alguém me perguntando sobre esse assunto. Quando eu saí da delegacia para prestar esclarecimentos ontem, peguei o metrô e o povo começou a falar que eu estava famoso. Meu Facebook tá cheio de gente falando também”, disse Enéas, em conversa com o CORREIO nesta quarta-feira (26).

Morador de Brotas, Enéas acredita que toda a confusão - até o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar chegou a ser chamado para investigar a mochila - foi uma falha da segurança da estação.

“Eu reciclo o lixo da minha casa e sempre levo para um coletor mais próximo que, no caso, é o da estação do metrô de Brotas. Eu sempre coloco o lixo reciclado no metrô. Na minha opinião foi uma falha da segurança. Quando eu botei a mochila, um segurança viu que eu coloquei, mas não reclamou. Não achei que estava fazendo nada errado”, afirmou Enéas ressaltando que a lixeira onde colocou a mochila era transparente. “Dava pra ver o que tinha nela”, ponderou Enéas que trabalha instalando câmeras de segurança e também ministra aulas de photoshop, dentre outros sistemas.

Enéas trabalha como técnico de instalação de câmeras de segurançaFoto: Almiro Lopes/Correio A CCR Metrô Bahia informou, através da assessoria de comunicação, que não houve falhas no procedimento de segurança. A empresa destacou que o agente de segurança não viu o momento em que Enéas jogou a mochila no lixo, mas assim que visualizou o objeto acionou o Centro de Controle Operacional do metrô - que tem 1,3 mil câmeras -  que viu as imagens da câmera de segurança e acionou o Bope. Por dia, 126 mil pessoas circulam nas estações do metrô.

Segundo o capitão Victor de Menezes, que comandou a ação, todos os protocolos internacionais de identificação do material foram seguidos e o local foi evacuado. "Após analisarmos o material, com o auxílio de aparelhos de detecção de imagens internas (raio x), a mochila foi retirada  e aberta com o auxílio de um braço robótico", explica o capitão. Dentro estavam papéis e um dispositivo metálico.

Apesar da confusão, Enéas diz que pelo menos conseguiu falar sobre a reciclagem. “Todo mundo deveria saber mais sobre reciclagem e a coleta inteligente. Eu fiquei feliz com isso, mas queria falar mais sobre reciclagem. Aqui as pessoas não têm esse cuidado”, ressalta Enéas.

Mochila com lixo deixada em estação de metrô (Foto: SSP/Divulgação)A Polícia Civil informou, através da assessoria de comunicação, que Enéas não responderá por crime algum. Ele se apresentou espontaneamente na 6ª Delegacia (Brotas). Como não tinha delegado na unidade, foi conduzido para Central de Flagrantes do Iguatemi, onde foi ouvido e liberado.

No depoimento, falou que onde mora não tem coleta de lixo reciclável e por conta disso colocou a mochila com papéis e embalagens no local indicado para este fim que existe dentro da estação de metrô.