Força, Unirb! Bola cheia por Academus

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  • Paulo Leandro

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 12:10

- Atualizado há um ano

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Robusto e vocacionado para entristecer, o mundo, às vezes, dá uma colherzinha de chá aos bestas humanos, oferecendo alguma nesga de alegria capaz de produzir sensação de estarmos vivos.

É o caso excepcional, hoje, de noticiarmos a estreia da querida Rede Unirb no Campeonato Baiano, ao qual as companheiras e amigos da crônica gostam referir Baianão, gerando involuntário cacófato, apropriado ao torneio.

Minha proposta de trabalho e estudo, mesclando academia e futilbol, produzindo conhecimento na prática profissional, ao tempo simultâneo, da revelação de talentos para as redações, ganha tônus com a iluminada ideia unirbiana de virar time.

Em vez de lidar agora com futilbol e academia em compartimentos estanques, oferece a briosa Unirb a rara oportunidade do amálgama, tornando a instituição de ensino uma novel promissora no terreno da materialidade dos quadriláteros verdes.

Inovadora, atuante, inclusiva, a Unirb, onde lecionei por sete temporadas, foi minha última empregadora, instituição derradeira a carimbar a página final de frondosa Carteira de Trabalho, filha querida da CLT de Getúlio, esganada pelo ódio dos antipovo.

Saudades sinto de participar de um projeto nascido da mente de um Darcy Ribeiro, ao propor unir o capital privado de ensino ao desejo socialista de prover à classe explorada a oportunidade do acesso, tal como bem fazia a Rede Unirb.

Cabe ao singelo estádio Antônio Carneiro, o Carneirão, a glória de sediar jogos do clube, nascido sob o bafo bem-escovado de Academus, herói a quem dedicou-se sepultura arrodeada de 12 oliveiras, por ter revelado onde estava Helena escondida.

A estreia da Unirb, hoje, contra o time com o qual contraí matrimônio – minha aliança na mão esquerda está gravada com o nome do E.C. Vitória – traz à lembrança, minhas queridas e meus queridos alunas e alunos de jornalismo: a última fronteira.

Receio evitar citar, pois a memória é a faculdade de esquecer, mas posso afirmar serem grandes na guerra: financiados pelos programas do governo federal, trabalhavam de dia para deslocar-se a Patamares, à noite, dois transportes, arriscado terem celular furtado.

As faculdades privadas, frequentadas pelos herdeiros da diáspora africana, sofridos pela desigualdade, atraem estudantes cujo acesso a melhores postos de trabalho depende desta necessária conexão.

Bom trabalho desenvolveu o reitor e dirigente Carlos Joel, pois a poucos, a deusa Nike ofereceu tantos louros nos campos distintos do saber e do jogar, tornando logos e agón, íntimos confrades.

Tão forte a ponto de anunciar folha salarial mensal de 300 mil reais para fazer da Unirb uma agremiação capaz de abrir o torneio contra o Vitória e começar uma boa campanha, quem sabe, chegando ao topo, campeão da segunda e da primeira, no ano seguinte.

Não tive tempo de adquirir minha camisa da Unirb, dada a surpresa do meu afastamento, ao acordar de pesado pesadelo, no qual um coordenador fantasma comemorava a morte de Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada.

O mais importante, agora, é cumprimentar todo o escrete Unirb pelo surpreendente trabalho, sabendo-se humanizada esta rede o tanto quanto possível, pela união de seus colaboradores, professores, alunos, jogadores e este seu torcedor.

Paulo Leandro é jornalista e professor doutor em Cultura e Sociedade.