Fotos publicadas no CORREIO vão para acervo do Museu Afro Brasil de SP

Imagens foram feitas por Ronaldo Jacobina para reportagem sobre produção da rapadura no município de Ribeira do Amparo

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  • Roberto Midlej

Publicado em 9 de outubro de 2021 às 12:27

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos Ronaldo Jacobina
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Colunista e repórter do CORREIO, Ronaldo Jacobina revela nestas páginas a qualidade de seu texto. O jornalista não sabia, no entanto, que tinha talento também para a fotografia. É que algumas imagens que ele registrou em fevereiro deste ano, para o jornal, vão integrar o acervo do Museu Afro Brasil, em São Paulo, na exposição permanente Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão.  Galdina durante a produção da rapadura em sua propriedade O pedido para cessão das fotos partiu de Emanoel Araújo, artista plástico baiano que é fundador e diretor-curador do museu paulistano. Jacobina estava, como os colegas de redação, trabalhando em home-office por causa da pandemia. Recolheu-se em sua cidade natural, Ribeira do Pombal, a cerca de 250 quilômetros de Salvador e instalou ali seu escritório. 

Em fevereiro, soube da existência de pequenos engenhos, no município vizinho de Ribeira do Amparo, a cerca de 30 quilômetros de distância, onde se produzia rapadura de maneira artesanal. Numa delas, uma família segue a tradição há cinco gerações. O repórter partiu para lá e conversou com José Leandro, Galdina, Umberto e outras pessoas que participavam do processo. Sem fotógrafo, por causa das restrições impostas pela covid, Jacobina sacou o celular e fez ele mesmo as imagens. Emanoel Araújo viu a matéria, se encantou pela história e, principalmente, pelas imagens. Telefonou para Jacobina e pediu que cedesse as fotos.  

"Esta matéria foi a primeira que fiz em campo durante a pandemia. Estava no interior e me garantiram que eu poderia ir porque não havia registro de nenhum caso de covid-19. Me cerquei de todos os cuidados e fui", lembra o repórter-fotógrafo. "Claro que cedi as imagens com muita honra, primeiro porque tenho grande admiração pelo artista e pelo trabalho que ele realiza como gestor público, especialmente o Museu Afro Brasil que sempre visito quando vou a São Paulo", diz Jacobina.  Ronaldo Jacobina, repórter e colunista do CORREIO, autor das fotos Ele ressalta, no entanto, que não é fotógrafo e apenas se aventurou de maneira amadora na experiência. "Fiz isso apenas para garantir levar essa história bonita de uma família que mantém vivas as tradições".

A exposição Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão reúne objetos e imagens que revelam as tecnologias usadas para plantar, colher, processar a cana-de-açucar e o café, entre outras atividades que os escravizados realizavam. O tratamento do ouro e das pedras preciosas, as roupas utilizadas por homens e mulheres nos tempos do Império também são objeto da exposição permanente.

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