Frio pra cachorro: mães e pais de pets devem redobrar os cuidados no inverno

Mantas, agasalhos e banhos mornos fazem parte da rotina dos dias mais frios

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  • Luana Lisboa

Publicado em 10 de julho de 2021 às 16:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tobias bem agasalhado (Foto: Nara Gentil/CORREIO)

Tobias bem agasalhado (Foto: Nara Gentil/CORREIO) O Galgo italiano é, sem dúvida, um cão de ambientes fechados. Anseia por calor e, às vezes, resiste a se aventurar do lado de fora no tempo frio ou molhado. Por isso, o inverno soteropolitano já é suficiente para fazê-lo tremer de frio e necessitar de agasalhos.

“Ele é muito magrinho, tem um percentual de gordura muito baixo, então se tem um ventinho a mais, ele já começa a tremer que nem uma batedeira. O passeio deixa de ser algo prazeroso, como percebemos pelas perninhas encolhidas e o rabinho entre as pernas, então já colocamos o agasalho e a manta nele”. É o que relata Marina Bravo, a dona de Tobias.

O analista de Tecnologia da Informação Jorge Farias, 35 anos, conta que seu gatinho Jinkx, de 1 ano e meio, anda bem desanimado com o frio nesses últimos dias. “Meu gato é totalmente ativo e agitado. Achei até que estava doente, mas percebi que era frio quando ele passou a aceitar o cobertor para dormir e fica buscando lugares mais quentinhos da casa para ficar”, diz Jorge. Jinkx tem vivido mais encolhidinho neste inverno soteropolitano (Foto: Jorge Gauthier/ CORREIO) De acordo com a veterinária Vanessa Bomfim, da Clínica PetStar, em Stella Maris, pais e mães de pet devem ficar atentos aos sinais que os bichinhos dão e não subestimar ou simplesmente achar que os cuidados extras são frescura.

“Nesse período mais frio, existem algumas gripes. Os cães têm uma virose característica do inverno, por costumarem ficar em ambientes mais fechados na época, onde as doenças são veiculadas mais facilmente. Os felinos já têm a rinotraqueíte viral, uma doença respiratória. Então tanto para felinos quanto para caninos, os cuidados com os pets começam pela vacinação”, afirma a especialista.

Outros cuidados incluem higienização. Os banhos devem ser mornos e a cada 15 dias, e os animais devem ser preferencialmente secos com secadores de cabelo, para evitar a hipotermia.

Em casa, a veterinária recomenda que para os pets de guarda, que costumam ficar do lado de fora, e os de apartamento, que dormem em varandas, os donos se atentem para o uso de camisas específicas para os animais e para o local onde fica a casinha deles, que deve ser longe da umidade da chuva. Quanto aos passeios, é recomendado que sejam evitados no início da manhã, quando as temperaturas são mais baixas.

“Sabemos que tem raças de cães que sentem menos frio por terem uma dupla camada de pelo, como husky, chow chow e lulu da pomerânia, mas não podemos arriscar. Quando as temperaturas caem, principalmente os que têm problemas de articulação tendem a sentir mais dor, devido à maior sensibilidade, então o recomendado é ter acompanhamento de um médico veterinário para prescrição de remédios analgésicos”, explica.

Novos hábitos Laiz Menezes, mãe dos gatinhos Cido e Nala, resgatados da rua no ano passado, notou alguns novos hábitos dos filhotes, no segundo inverno que passa com eles. “As orelhinhas de Cido ficam geladas e eles têm procurado lugares mais escondidos e quentinhos, depois que eu ligo o ventilador. Deitam na minha cadeira, que tem uma cobertinha de pelos e, de noite, eu coloco um travesseiro de frente para o ventilador para eles ficarem longe do vento. Eles têm ficado bem aquecidinhos”, relata.

Já Lívia Dorea, dona de Pipa, filhotinha de vira-lata, contou que sua mãe comprou uma manta de microfibra só para a filhote. “Percebemos que ela ficava pedindo colo por causa do frio, então compramos esse cobertor de microfibra em tamanho reduzido especial para pets”.

De acordo com Vanessa, durante esse período, os gatos costumam ficar mais sonolentos que o normal. Além disso, os donos devem ficar atentos aos pelos. “Se ele estiver encolhido e mesmo assim os pelos estiverem ouriçados, isso também é um indicativo de frio”. Quanto aos cachorros, a reação mais comum ao frio é o encolhimento: como se estivessem buscando se aquecer com o próprio corpo.

Mas Juliane Machado, mãe do beagle Sherlock, de 4 anos, ainda nota que, pela primeira vez, o pet não demonstra incômodo com o agasalho que ela coloca. “Se a gente sentiu o frio desse ano, eles também sentiram. Além da questão da roupa, eu checo se está corizando, não passeio em dia muito chuvoso. O cuidado tem que ser redobrado com as poças de água, e quando chegamos em casa, secamos as patinhas, e não deixamos os pelos molhados”, conta.

Para Marina Bravo, a preocupação com Tobias vem acima de qualquer julgamento que as pessoas possam ter em relação aos cuidados. “As roupinhas são o conjunto do conforto dele com a diversão de acharem ele o máximo, mas muitos julgam achando que é enfeite. Hoje, as pessoas acham que é frescura, ‘estão tratando o cachorro como filho, humanizando’. Sei que tem algumas pessoas que exageram, mas precisam parar de julgar e entender”.