Funcionária da Nike acusa Neymar de assédio sexual; Pai do jogador nega acusação

Jornal americano diz que empresa rompeu contrato após jogador se recusar a colaborar com investigação. Neymar pai diz que Nike faz armação

Publicado em 27 de maio de 2021 às 22:49

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Fred Tanneau/AFP

Uma funcionária da empresa Nike acusa Neymar de assédio sexual, que teria ocorrido em 2016. Uma reportagem do jornal norte-americano The Wall Street Journal teve acesso a documentos e entrevistou pessoas ligadas ao assunto. Segundo a reportagem, o caso de assédio teria sido o motivo pelo qual a Nike encerrou o contrato com o jogador do Paris Saint-Germain em agosto do ano passado sem alegar um motivo. O jogador ainda tinha oito anos de contrato com a empresa. Ele já havia cumprido outros 13 com a Nike. Em setembro de 2020, ele assinou com a Puma. A funcionária da Nike disse a amigos e colegas que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em um quarto de um hotel em Nova York. Ela ajudava a coordenar eventos e fazia a logística para o jogador e sua comitiva. O documento cita funcionários da Nike, atuais e antigos. O jogador nega a acusação. "Neymar Jr. se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso alguma reclamação seja apresentada, o que não aconteceu até agora", disse a assessoria do atleta, que justificou o fim do contrato com a Nike por motivos comerciais. Logo após a repercussão da reportagem no Brasil, o pai de Neymar falou com o jornal Folha de S.Paulo e negou a acusação. O empresário acusou a Nike de chantagem.  "Como pode sair uma notícia dessa? Concorda comigo? Fomos surpreendidos por algo que aconteceu em 2016, que ninguém lembrava mais desse fato. É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça, claro que isso partiu da Nike depois da nossa saída. Muito estranho, todos saem da Nike e são acusados assim. Muito estranho, isso aconteceu com o Cristiano Ronaldo, com o cara lá do basquete que morreu, o Kobe [Bryant]. Se a Nike quer chantagem, armação, vamos para cima da Nike então", disse à Folha. De acordo com a reportagem do jornal americano, a funcionária da Nike registrou uma reclamação para a empresa em 2018 e descreveu o incidente para o chefe de recursos humanos e conselho geral, de acordo com as pessoas e os documentos. A Nike contratou advogados para fazer uma investigação sobre o caso a partir de 2019 e em seguida decidiu deixar de usar Neymar no marketing. A Nike encerrou o contrato com o jogador brasileiro em 2020, após o atleta não cooperar com a investigação dos advogados, de acordo com os depoimentos. "A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar na investigação, após alegações de irregularidades apresentadas por um funcionário", disse Hilary Krane, conselheiro geral da Nike, em resposta ao jornal.   A dirigente da empresa disse que o assunto não foi discutido publicamente porque não havia um conjunto de fatos que permitissem à empresa falar substantivamente sobre o assunto. “Seria impróprio para a Nike fazer uma declaração acusatória sem ser capaz de fornecer fatos de apoio”, disse Krane. Representantes de Neymar contestaram o relato da mulher durante a investigação dos advogados, mas o jogador se recusou a ser entrevistado pelos investigadores da Nike. O jogador do PSG esteve em Nova York em junho de 2016, data da acusação, onde participou do lançamento de calçados da marca Jordan da Nike. Caso Najila - Em 2019, Neymar foi acusado por Najila Trindade de estupro em um hotel de Paris. O jogador alegou que o encontro com a modelo brasileira foi consensual e acusou Najila de tentar extorqui-lo. As autoridades brasileiras retiraram a acusação, alegando falta de provas. A modelo foi acusada de calúnia, extorsão e fraude processual. As duas primeiras acusações foram rejeitadas em 2019 e ela foi absolvida da outra em 2020.  De acordo com a reportagem do jornal americano, após a modelo brasileira denunciar Neymar, a funcionária da Nike abordou os dirigentes da empresa para saber o status da reclamação que ela havia feito sobre Neymar um ano antes