Funcionária de farmácia morta no Abaeté pode ter sido enterrada viva, diz polícia

Segundo delegada, autor do crime cavou a cova com suas próprias mãos

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  • Bruno Wendel

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 15:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução e Divulgação

O corpo de Dara foi encontrado nas dunas de Itapuã (Foto: Acervo pessoal) A funcionária de farmácia Dara dos Santos Cavalcante, 23 anos, pode ter sido enterrada viva pelo vizinho. O corpo dela foi encontrado no dia 31 de dezembro nas dunas da Avenida Dorival Caymmi, em Itapuã. O autor do crime Fernando Gabriel Souza dos Santos, 25, se entregou à polícia, acompanhado de um advogado, nessa quinta-feira (3). Ele disse à polícia que achou que a jovem tinha morrido estrangulada quando ele lhe deu uma "gravata".

Fernando teve a prisão temporária decretada pela Justiça após ter sido identificado por policiais da 1ª Delegacia de Homicídios / Atlântico (1ª DH / Atlântico).

Durante uma entrevista na manhã desta sexta-feira (4), a delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Marta Carine, coordenadora da Região Integrada de Segurança Pública (Risp) Atlântico, falou sobre o depoimento do criminoso.“Ele contou que a viu caminhando sozinha, a abraçou e puxou para um beco que dá acesso às dunas. Que Dara o agrediu, ele deu uma 'gravata' e ela desmaiou. Então, acreditando que ela estava morta, ele foi às dunas, cavou um buraco com a própria mão e a enterrou”, contou a delegada.Ainda segundo ela, no dia seguinte, o acusado retornou às dunas e usou uma pá para encobrir ainda mais o corpo. Ela afirma ainda que somente o laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) poderá identificar a causa da morte. O documento também apontará se Dara sofreu alguma violência sexual.

Fernando responderá por homicídio qualificado – por motivo torpe, sem dar chance de defesa à vítima e feminicídio. Ele já respondia em liberdade por crimes de roubo e furto. Ficou preso por três anos e estava em liberdade há um ano. Fernando era vizinho de Dara (Foto: Divulgação) O autor do crime morava com a mulher e os dois filhos nos fundos da casa do pai.

Por decisão da Justiça, o acusado não foi apresentado à imprensa. Ele está custodiado na carceragem da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), na Baixa do Fiscal, onde cumpre a prisão temporária e segue à disposição da polícia. 

Drogas Durante depoimento, Fernando relatou que atacou Dara porque estava sob efeito de drogas.“Ele disse que no dia (do crime) havia consumido muita cocaína e que, por isso, estava descontrolado e a abraçou e a levou para o beco”, contou a delegada Marta Carine.Apesar de ser vizinho da vítima, ele negou que estivesse monitorando diariamente os passos da atendente de farmácia. Dara, que trabalhava em uma unidade da rede de farmácia Extrafarma, no bairro da Pituba, retornava do trabalho quando foi abordada. Ela fazia o mesmo percurso todos os dias.

“Apesar da negativa dele, estamos apurando”, disse a delegada, que informou que Fernando chegou à polícia com arranhões no peito.“Ele estava com a camisa no ombro quando a abordou. Muito provavelmente os arranhões foram quando a vítima tentava se desvencilhar dele. Ele foi submetido a um exame de lesão corporal, que poderá identificar se as lesões foram resultado de tentativa de defesa da vítima”, explicou a delegada. Prisão Logo após o crime, Fernando fugiu para casa de parentes em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ele resolveu se entregar depois que foi identificado pela polícia como o acusado de ter matado Dara. 

A prisão temporária dele tinha sido decretada após depoimentos de testemunhas, já que uma delas afirma ter visto o momento da abordagem de Fernando à vítima. “A pessoa disse que não foi antes à polícia porque tinha medo de Fernando, que era uma pessoa conhecida pela violência, além de já ter sido preso”, finalizou a delegada.