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Primeira edição do ‘Praia Limpa é Nossa Onda’ contou com ajuda de 100 voluntários
Yasmin Garrido
Publicado em 24 de novembro de 2018 às 16:05
- Atualizado há um ano
Garrafas pet, tampinhas plásticas, canudos, dezenas de espetinhos de queijo coalho e pelo menos mil bitucas de cigarro. Esse é o saldo inicial da iniciativa “Praia Limpa é Nossa Onda”, que aconteceu neste sábado, 24, no Porto da Barra, quando 100 voluntários e funcionários do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Salvador se reuniram para retirar o lixo jogado na praia.
Embora ainda não tenha ocorrido a pesagem oficial dos resíduos coletados, a expectativa dos organizadores era retirar ao menos 500 quilos (meia tonelada) de lixo do mar e das areias.
A equipe se encontrou às 8h para exercícios de aquecimento e depois foi só colocar as luvas, pegar os sacos e partir para a coleta. A psicóloga e coordenadora de Recursos Humanos, Fernanda Lago levou o filho de 5 anos para participar da iniciativa:
“É importante explicar para os mais novos que a gente deve cuidar do meio ambiente. E ele está super empolgado, querendo ajudar a recolher o lixo da areia”, disse Fernanda.
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Patrícia Iglesias, diretora comercial do Tecon, também estava acompanhada do filho. Segundo ela, a consciência ambiental é fundamental. “Foi uma surpresa quando tivemos a ideia e percebemos que outras empresas quiseram aderir ao desafio, além dos funcionários que se voluntariaram e estão aqui hoje”, disse.
Em meia hora de trabalho já era possível ver muitas garrafas pet, latas de cerveja e refrigerante, sacos plásticos, espetos de churrasco e queijo, além de espumas e outros materiais que foram retirados da água.
Patrícia garantiu que outras três ações já estão previstas para o ano de 2019. “Nosso desejo é praticar essa ação em outras praias de Salvador, espalhando essa mensagem em outros pontos da cidade”, afirmou.
O Tecon idealizou o “Praia Limpa é Nossa Onda” para contribuir com a conscientização da sociedade para a importância de zelar pela vida marinha e limpeza das praias de Salvador.
Outro que levou a empresa para participar da ação foi Elísio Dourado, da Wilson Sons Rebocadores. Ele declarou que a companhia, que tem sede no Rio de Janeiro, vai adotar a prática. “É fundamental que todos tenham essa consciência, porque a gente trabalha no mar. O mar é nosso ambiente e a gente precisa cuidar dele. Eu vou levar a ação também para as praias cariocas”, reforçou.
Com um pouco mais de experiência nesse trabalho de limpar as praias, o biólogo e instrutor de mergulho Robson Oliveira contou que, ao mesmo tempo em que a ação é de extrema importância, há um elemento triste: “sempre há lixo a ser retirado do mar”. Para ele, falta as pessoas cuidarem das praias.
“Não adianta a gente fazer ações como essa se sempre formos retirar quilos ou toneladas de lixo do mar e da areia. A gente precisa perceber um retorno da sociedade e dos banhistas”, disse.
De acordo com Robson, a maior preocupação são os materiais de plástico. “A gente sabe que o plástico leva muito tempo para se decompor, o que causa problemas irreversíveis às espécies marinhas”. Além de sacos e garrafas, ele conta que já foram encontrados fogões, geladeiras, velas de carro, pneu e outros materiais maiores.
O material coletado nas ações será encaminhado a uma empresa especializada, que faz a separação do que pode ser reciclado e o descarte adequado dos resíduos.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro