Fundador da Ricardo Eletro é preso por sonegar impostos

Operação foi deflagrada em Minas Gerais e São Paulo, nesta quarta-feira (8)

  • D
  • Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2020 às 07:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

O fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, foi preso em uma operação contra sonegação fiscal em Minas Gerais. A ação é fruto de uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Receita Estadual, e foi deflagrada nesta quarta-feira (8). 

A filha de Ricardo, Laura Nunes, e o irmão dele, Rodrigo Nunes, também foram presos. Segundo informações do G1, outros dois empresários do ramo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos são alvos da operação que recebeu o nome de "Direto com o Dono". De acordo com as investigações, aproximadamente R$ 400 milhões em impostos foram sonegados ao longo de cinco anos. Ricardo Nunes é alvo de operação  (Foto: Divulgação) “O investigado se apropriou indevidamente do tributo. Em contrapartida, seu patrimônio só crescendo”, disse o delegado Vitor Abdala ao G1.

Ricardo Nunes teve determinado pela Justiça o sequestro de bens e imóveis registrados em nome de suas filhas, mãe e um irmão avaliados em cerca de R$ 60 milhões. Há indícios de que o o patrimônio particular do empresário só crescreu justamente no período da sonegação dos impostos, caracterizando lavagem de dinheiro.

Segundo as investigações, as empresas da rede de varejo cobravam dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente aos impostos, mas não faziam o repasse à união.

"A empresa já vem omitindo recolhimento de ICMS há quase uma década. Fiscalizamos há muito tempo, e a partir da decisão do STF de novembro de 2019, onde apropriação indébita é crime, iniciamos a operação. A empresa declara o débito que deve, mas não faz os pagamentos. Faz os parcelamentos, mas não cumpria", disse Antônio de Castro Vaz, superintendente regional da Fazenda. Há também a suspeita de ocultação de bens por parte dos empresários.

Ao todo, estão sendo cumpridos três mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, em Minas Gerais, nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima; e em São Paulo, na capital e em Santo André.