Futuro movido à música

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  • Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2017 às 02:39

- Atualizado há um ano

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Dos elementos culturais que caracterizam Salvador, a música está entre os principais. Sem ela, é impossível descrever de maneira precisa a singularidade da capital baiana, onde o som embala a vida e balança o chão da praça. Essa marca tão presente na cidade deu régua e compasso para forjar uma leva de talentosos músicos e compositores por variadas gerações. De Dorival Caymmi aos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, de Maria Bethânia a Ivete Sangalo, de Batatinha a Carlinhos Brown, todos tiveram em Salvador o laboratório que os tornou gigantes da arte. Em meio à crise economica, a música virou também uma alternativa para alavancar negócios e gerar renda.

Até o fim dos anos 1990, o setor de entretenimento em Salvador tinha no Carnaval e festas privadas da axé music o único pilar de sustentação. A ausência de estrutura para receber shows de artistas de peso internacional limitou as possibilidades de criar uma indústria forte nessa área . De lá para cá, o cenário começou a mudar. Primeiro, com o Festival de Verão, que colocou a capital no mapa de grandes eventos musicais. Nos últimos anos, somaram-se ainda festivais como o da Primavera e da Cidade e o Réveillon, cujo sucesso elevou o fluxo turístico no período do Ano-Novo.

A iniciativas bem sucedidas despertaram a atenção de investidores e empresários, que buscavam caminhos para diversificar os negócios e minimizar os efeitos da recessão econômica, sobretudo no setor de turismo, afetado também pelo fechamento do Centro de Convenções e as deficiências no aeroporto de Salvador. Entre os empreendimentos que viram na música um horizonte de boas oportunidades, está a Arena Fonte Nova, por onde já passaram astro do porte de Elton John e, mais recentemente, o ex-Beatle Paul McCartney.

O público que lotou o estádio no fim de outubro e os milhares de turistas que desembarcaram na cidade para assistir o popstar britânico estimulou a direção da Arena Fonte Nova a captar megaeventos para 2018, tirando do futebol o peso de manter a estrutura em funcionamento. Entre as atrações já previstas para ano que vem, a cantora Katy Perry está prestes a ser confirmada para março. Há outros nomes na lupa, mas ainda em estágio inicial de negociação. 

Ao mesmo tempo, produtores e empresários passaram a apostar também em shows de artistas brasileiros com grande público. Caso de Gilberto Gil, que realizou em Salvador dois espetáculos elogiados pela crítica e fãs - Refavela 40 e Trinca de Áses, em que dividiu o palco com Nando Reis e Gal Costa. Projetos como Perc Pan e o Pelourinho Dia e Noite deram novo fôlego para ampliar o movimento em espaços abertos da cidade e pontos turísticos famosos.

A manutenção de um calendário numeroso de festas e eventos de expressão na Cidade da Música é imprescindível para aquecer a economia de Salvador nos períodos de baixa estação e multiplicar exponencialmente os negócios de Verão. Para isso, governantes, políticos e empresários precisam olhar em um mesmo caminho e unir esforços para tornar a paixão de Salvador pela música em fator de desenvolvimento.