Gal Costa e Silva dividem palco da Concha Acústica do TCA

Cantora volta a se encontrar com músico após seis anos

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  • Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 10:30

- Atualizado há um ano

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Um ano após a estreia do show A Pele do Futuro em Salvador, que lotou o Teatro Castro Alves, a cantora baiana Gal Costa volta nesta sexta-feira (14) com uma apresentação única na Concha Acústica. O repertório é baseado no disco homônimo, lançado em setembro de 2018, cuja influência mais marcante é a black music dos anos 70. Por isso, o toque dançante impera, mesmo nas músicas mais sentimentais.

"É um show para tempos sombrios, segue a linha do disco, que foi feito para ser um frescor em um momento como esse que estamos vivendo. Música é pra isso, para levar uma energia positiva para as pessoas, para o inconsciente coletivo", explica Gal, ao contar que os clássicos do repertório também ganharam arranjos adequados ao clima disco music e pop do novo álbum. Gal Costa volta com a turnê A Pele do Futuro a Salvador depois de um ano (Foto: Mila Cordeiro/ Divulgação) Sem preferências quanto ao espaço do show, se Concha ou Sala Principal do TCA, Gal é certeira. "Eu adoro os dois, ambos fazem parte da minha história", afirma.

No palco, ela revitaliza su passado passado a partir de canções clássicas e políticas, como Vaca Profana, London, London e Mamãe Coragem, unidas aos novos hits como Sublime e Cuidando de Longe, que no álbum ela canta com Marília Mendonça. O dueto com a cantora sertaneja, uma das mais executadas do país, retoma uma ousadia que marca a trajetória da cantora tropicalista, que nunca se intimidou com a patrulha. "Odeio radicalismos", decreta. Eu sou uma artista que não tem medo de inovar, que gosta de dar saltos e criar rupturas na carreira. Eu posso me dar ao luxo de fazer qualquer coisa. Comecei minha carreira cantando um estilo João Gilbertiano, passei pelos anos 60, já fiz clássicos, já fiz música experimental. Meu temperamento é esse, de não ter preconceito com nenhum tipo de música, nem me ater a apenas um tipo de gênero - Gal CostaA decisão de ter um álbum com duetos tão diversos como com Marília Mendonça e Maria Bethânia, portanto, é mais uma prova de como todo o trabalho esteve pautado pela liberdade de agregar compositores de gerações e universos distintos no repertório. A Pele do Futuro traz canções inéditas de Gilberto Gil, Adriana Calcanhotto, Emicida, Djavan, Hyldon, Nando Reis, Erasmo Carlos, Silva e Jorge Mautner. Marília Mendonça canta Cuidando de Longe ao lado de Gal em A Pele do Futuro (Foto: Divulgação/ Carol Siqueira) Produzido por Pupillo, sob direção artística de Marcus Preto, o álbum é também a aposta de Gal para continuar renovado seu público. "Desde o disco Recanto eu tenho percebido um público mais jovem ouvindo minhas músicas e indo aos shows. E acho isso ótimo", diz a cantora, que completa; em 2020, 55 anos de carreira fonográfica.

Nos últimos shows da turnê, a cantora tem convidado artistas da nova geração para participações. No Rio, cantou com Rubel, e em Salvador, chamou Silva."Estamos encaixando algumas participações ao longo da turnê, em cidades específicas e estou gostando", comenta. Silva tocou com Gal na turnê em homenagem a Lupicínio Rodrigues em 2015 (Foto: Divulgação) A parceria com o cantor e compositor capixaba começou em 2015, quando ele integrou a banda de Gal Costa como tecladista e violinista na turnê Ela Disse-me, na qual a diva da MPB cantava Lupicínio Rodrigues. Para o álbum A Pele do Futuro, Silva preparou o single Palavras no Corpo em parceria com o poeta carioca Omar Salomão. Por isso, o show em Salvador o encontro promete grandes surpresas.  "Conheço Silva há alguns anos, e amei trabalhar com ele na turnê. É um musico muito competente e amo essa música", elogia Gal.

"Vai ser uma honra tremenda participar desse show da Gal. Ela é uma das minhas vozes preferidas do mundo. E ainda tem o fato de ser na Concha Acústica que é esse palco que tem lugar cativo na história da nossa música. Certeza que vai ser lindo", retribui Silva.

Assim como aconteceu no respectivo álbum, Marcus Preto também assina a direção geral do espetáculo. A direção musical é de Pupillo, que recrutou uma banda de músicos jovens: Pupillo (bateria), Chicão (teclado), Pedro Sá (guitarra), Lucas Martins (baixo) e Hugo Hori (sax e flauta). O cenário é de Omar Salomão, filho do poeta Waly Salomão (1943 - 2003), que dirigiu Gal no histórico show Fatal (1970).

Sobre a faixa Palavras no Corpo, composta por Silva e Omar Salomão especialmente para Gal:

Parceria do músico capixaba Silva com o poeta carioca Omar Salomao, a canção foi escrita especialmente para a voz da cantora. Foi inspirada pela música "Sua Estupidez", de Roberto e Erasmo Carlos, gravada por Gal no clássico álbum "Fatal" (1970), dirigido por Waly Salomão, pai de Omar. A história é curiosa. Em uma mesa de bar, Omar contou ao diretor artístico Marcus Preto, produtor dos trabalhos recentes de Gal, que toda a vez que escutava a voz da cantora na música de Roberto e Erasmo, tinha mais certeza de que ninguém diz "eu te amo" como ela. "Então faça uma letra sobre isso!", Preto encomendou. Assim que a letra ficou pronta, o produtor enviou para que Silva fizesse a música. Silva, que já havia acompanhado Gal Costa como tecladista e violinista em turnê cantando Lupicínio Rodrigues, se inspirou em Amy Winehouse, uma das paixões de Gal. O arranjo foi feito sob a direção musical de Pupillo Oliveira, baterista, compositor, produtor e membro da banda pernambucana Nação Zumbi.

Show: Gal Costa – A Pele do Futuro Quando: 14 de fevereiro de 2020 (sexta-feira), 19h Onde: Concha Acústica do Teatro Castro Alves Quanto: Pista: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) Camarote: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia) Classificação indicativa: livre