Gal Costa se apresenta no aniversário da Concha Acústica

Show neste sábado (13) terá também Márcia Castro e Nara Gil

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  • Roberto Midlej

Publicado em 13 de maio de 2017 às 06:05

- Atualizado há um ano

O show de Gal, Estratosférica, revisita a carreira da cantora e inclui clássicos em sua voz, como Cabelo e Pérola Negra (foto: divulgação)

Gal Costa já devia ter se apresentado há duas semanas em Salvador, mas o show acabou sendo adiado em razão da greve geral que aconteceu naquela sexta-feira. Sorte da Concha Acústica, que vai celebrar seu primeiro aniversário de reinauguração, hoje, com uma das mais belas vozes do Brasil. Gal, que nunca cantou na nova Concha, apresenta o show Estratosférica, que já passou pelo TCA em 2015. A noite terá ainda, a partir das 19h, Márcia Castro e Nara Gil.O público tem outra boa notícia: os ingressos, que custariam R$ 110 na apresentação de abril, foram reduzidos para R$ 40 (inteira), em razão do aniversário da Concha.“Aquele show que fiz no Teatro Castro Alves foi para outro público. Agora, é outra fase e estamos preparando a gravação do DVD, que vai acontecer em junho. E a gente canta pra uma plateia que às vezes não pode pagar o ingresso do TCA”, observa a cantora baiana, de 71 anos.O show, embora leve o nome do mais recente álbum de Gal, Estratosférica, não tem repertório restrito ao disco. Canções que se tornaram clássicas na voz da cantora, como Cabelo (Arnaldo Antunes e Jorge Benjor),  também poderão ser ouvidas. “Neste show, o arranjo é bem rock, quase heavy metal, bem diferente de versões anteriores que fiz. É uma música que tem tudo a ver comigo, por causa do meu cabelo, que não é careta. Como diz a letra belíssima de Arnaldo Antunes, cabelo pode ser de qualquer maneira: tingido, louro, descabelado...”.Gal destaca a atmosfera rock’n’roll da apresentação, que tem direção musical de Pupillo (da banda Nação Zumbi) e direção artística de Marcus Preto. “É um show de rock, embora tenha um momento em que toco violão. A aura do espetáculo é o rock, mas não o rock tradicional brasileiro, como Skank ou Jota Quest”.É na composição de Caetano Veloso Sim, Foi Você, de 1965, que Gal volta a tocar violão em público.  “Em casa, antes eu tocava mais, mas hoje toco pouco. A ideia foi de Marcus Preto e não apresentei resistência em momento nenhum. Aliás, não resisto a desafios. Ao contrário, gosto deles e esse foi mais um desafio”.Márcia e NaraAlém de Gal, o público de hoje vai poder assistir a apresentações de Nara Gil e de Márcia Castro. Nem as próprias cantoras sabem ainda se vão se apresentar juntas. “Eu e Gal temos muito carinho um pela outra e seria ótimo cantar com ela porque nunca cantamos juntas. No ano retrasado, ela ia ser minha convidada no Pipoca Moderna (projeto que Márcia mantém em alguns verões), mas naquele ano a edição foi suspensa”, diz Márcia.A baiana de 38 anos afirma que a música tropicalista brasileira é a maior referência de seu canto. “Por isso, Gal também acaba se tornando uma referência no meu modo de cantar”, assegura Márcia, que, por coincidência, se apresentou na reabertura da Concha, junto com o Cortejo Afro. Naquela mesma noite, Maria Bethânia foi uma das atrações. Como espectadora, Márcia revela ter lembranças marcantes daquele espaço, especialmente de dois shows: “Vi vários shows antológicos ali e o Acústico de Cássia Eller foi um daqueles inesquecíveis. Estava lotado, com gente pendurada no alambrado. E acabou sendo um dos últimos shows dela, porque ela morreu poucos meses depois. Outro show ótimo foi Kaya N’Gan Daya, de Gil”.A apresentação de Márcia deve durar cerca de 40 minutos. Como o horário dos shows na Concha são controlados com rigor, Marcia deve cantar oito músicas. Parte do repértório é do show Eletrobailada, que foi apresentado no ano passado no Pelourinho e é baseado na música eletrônica, gênero que vai predominar no próximo álbum da cantora.“Eletrobailada foi mais ou menos um laboratório para o meu próximo disco, que será mais dançante”, diz Márcia. A cantora, que assina cerca de metade das composições do álbum, destaca o papel que as muheres têm tido como compositoras na música brasileira: “A mulher passar a compor foi uma ‘evolução’, embora ache esse termo horrível neste caso. Há muito tempo, tivemos Dolores Duran como copositora. Nos anos 70, Rita Lee e nos 80, Marina. Nos anos 2000, as compositoras se consolidaram e surgiram mulheres como Ana Carolina, Pitty, Fernanda Takai...”.