Gal Gosta retorna a Salvador para show em homenagem a Milton Nascimento

Apresentações serão no Teatro Castro Alves, neste sábado e domingo

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  • Roberto Midlej

Publicado em 9 de março de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Manuela Scarpa/divulgação

Lindo e espetacular. É assim que Gal Costa, uma das maiores vozes do país, se refere a Milton Nascimento, homenageado por ela em seu mais recente show, que será apresentado no Teatro Castro Alves, neste sábado e domingo, com ingressos esgotados para a primeira noite. É a volta de Gal aos palcos depois de um tempo afastada dos shows por causa da pandemia.

As Várias Pontas de uma Estrela, canção que dá nome ao show e foi composta por Milton e Caetano, curiosamente, não está no repertório. Mas do compositor homenageado, tem clássicos como Maria, Maria e Fé Cega, Faca Amolada, que Gal já havia gravado com Os Doces Bárbaros. "Como muitas outras de Milton, ela mostra uma garra, uma fé certeira", diz Gal sobre o motivo de incluí-la no repertório. 

Mas não é só Milton o homenageado: Gabriel, filho da cantora que está com 16 anos, também é lembrado com duas canções: uma que leva o nome dele, composta por Beto Guedes e Ronaldo Bastos, e Mãe, de Caetano Veloso.

Além das canções de Milton, o show inclui músicas de outros compositores, como Açaí (Djavan), Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos) e Um Dia de Domingo (Michael Sullivan e Paulo Massadas).

Gal volta a ser dirigida por Marcus Preto, com quem ela trabalha há cerca de oito anos e é um dos responsáveis pela aproximação da cantora com novos músicos e compositores. Na banda que a acompanha na turnê estão Fábio Sá (baixo elétrico e acústico), André Lima (teclados) e Victor Cabral (bateria e percussão).

A estreia da turnê aconteceu em outubro, em São Paulo. Depois, passou por Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza. Daqui, vai para Aracaju, Recife, Joao Pessoa, Manaus, Curitiba, Florianópolis e Natal. 

Qual o significado da obra de Milton para sua carreira? Quais lembranças mais antigas que tem das canções dele e qual a primeira música dele que marcou sua vida? A obra de Milton Nascimento é linda, maravilhosa. E como cantor, ele é incrivelmente lindo, bom, espetacular. A primeira canção que eu lembro foi Cais, a primeira que ouvi. Sempre admirei muito o trabalho dele, mas não relaciono essa canção, Cais, a nehum momento especial de minha vida.

"Fé Cega, Faca Amolada" já havia sido gravada por você com Os Doces Bárbaros em 1976. Depois de quase 50 anos, a música continua "viva"? Por que a decisão de gravá-la agora, em versão solo? Quando se fala na obra de Milton, se pensa logo nesta canção. É impossível não destacá-la. É uma canção linda, maravilhosa. Como muitas outras de Milton, ela mostra uma garra, uma fé certeira. É um sentimento muito especial.

A canção "As várias pontas de uma estrela", apesar de dar nome ao projeto, não está no repertório do show? Isso é surpreendente, não é? O que acha da canção? A canção, parceria dele com Caetano, não tá no repertório, mas isso não importa. O que importa é que há uma conexão entre Bahia e Minas. Então, ele com Caetano, que é baiano, e ele, que é mineiro. Eu também sou baiana. Parece todo mundo da mesma família

Gabriel (Beto Guedes – Ronaldo Bastos) é uma das músicas que você vai cantar em Salvador? "Mãe" também está no repertório? Certamente, o medley é uma homenagem, ou, ao menos, uma referência a seu filho, Gabriel. Como é a experiência da maternidade? Sim, a canção Gabriel, que é o nome do meu filho - ele está com 16 anos, grande, mas é homenagem que faço a ele. Uma homenagem em que mostro no palco um momento em que sou puramente verdadeira, meu grande amor por ele, meu amor mais que especial, um amor de mãe.A experiência da maternidade é uma coisa maravilhosa. Amo meu filho como nunca pensei amar alguém.Você também inclui no repertório algumas canções que são consideradas seu "lado B", de acordo com o material enviado à imprensa. Pode revelar duas ou três dessas canções e dizer por que as incluiu? Acha que elas mereciam ser mais conhecidas? A verdade é que são canções que o público que gosta de mim, que conhece meus disco, que conhece meu repertório por inteiro vai se conectar com elas. Então, a intenção é essa. Ser inteira, mostrar lado B a lado A, todos os lados do meu trabalho.

Você vem trabalhando com Marcus Preto desde 2015, é isso? O que essa parceria acrescentou à sua carreira e à sua maneira de se apresentar e cantar? A minha maneira de me apresentar ela muda de acordo com o tempo. Às vezes, sou mais cênica, teatral, às vezes puramente uma cantora que utiliza a voz como meio de expressão, como maior meio de expressão. A parceria com ele é muito boa, gosto de trabalhar com ele, adoro. É um querido, conhece toda a minha história. Tem toda a minha discografia, conhece como ninguém tudo o que fiz. E é uma pessoa delicada, amorosa, gosto muito de trabalhar com ele.  

Uma cinebiografia sobre você, Meu Nome É Gal, está sendo preparada. Você tem algum envolvimento direto no projeto, é uma biografia 'autorizada'? O que achou da ideia e da escolha do elenco? Curiosa para "se ver" nas telas?Não tenho ligação direta com o filme. Conheço Dandara [a diretora] e ela me mostrou, me deu toda a ideia do filme, mas não sei detalhar, não sei dos detalhes, mas confio no taco deles, da Dandara e das pessoas, acho que vai ser bem bonito, estou muito feliz com esta homenagem.SERVIÇO Quando: 12 e 13 de março, sábado (21h) e domingo (20h). Ingressos esgotados para sábado Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves Quanto: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia), das filas A a Z; R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), das filas Z1 a Z11 Classificação indicativa: Livre