‘Ganho de autoestima enorme', diz ator Leo Jaime sobre Dança dos Famosos

Em entrevista ao CORREIO, o artista fala sobre representatividade e conta como o quadro mudou completamente sua vida

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 18 de novembro de 2018 às 11:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Joca Costa/TV Globo/Divulgação

O ator e cantor Leo Jaime, 58 anos, se destacou em sua apresentação na Dança dos Famosos, no último domingo (11), junto com a dançarina Larissa Parison, e agora lidera o ranking do quadro do Domingão do Faustão (Globo).

Com 69 pontos, o artista está quase garantido na final da atração. Isso porque o ranking ficará em aberto até o programa do de hoje. Apesar de ter conquistado uma boa pontuação na primeira rodada da fase semifinal , Leo ainda vai concorrer com outras cinco duplas que se apresentam hoje. O grupo B é formado por Bia Arantes, Mariana Ferrão, Danton Mello, Paula Tomé e Sérgio Malheiros. 

Após as apresentações deste domingo (18), as três duplas que tiverem pior nota no ranking geral dos dois grupos serão eliminadas. Já as  seis melhores vão garantir uma vaga para disputar a final do quadro marcada para o último domingo do mês. Em entrevista ao CORREIO, o artista comemora liderança, fala sobre representatividade e conta  como a sua participação no quadro mudou completamente sua vida.

Como está sendo participar da Dança dos Famosos? Está sendo muito especial, pois é um trabalho muito marcante. Para mim tem um significado especial pois a dança sempre foi algo ao qual estive ligado de alguma forma: fazendo aula de dança quando era jovem, me preparando para ser artista, aula de canto, de música. Sempre associei a música à dança, me apresentava dançando. Agora, eu ainda tenho sentido esse ganho de autoestima enorme. Estou curtindo o meu corpo do jeito que ele é, com a idade que eu tenho. (Foto: Joaquim Costa/TV Globo) Além de aumentar sua autoestima, o que mais sente quando está no palco? É muito bom poder me comunicar com o corpo. Quando estamos no palco, estamos nos comunicando, seja com a voz, com a expressão ou com a forma que a gente se movimenta. Nesse sentido, tem sido um ganho enorme para mim, percebo isso nos meus shows, na quantidade de exercícios físicos que eu faço, no condicionamento físico, enfim, tem uma porção de coisas além do que as pessoas veem no palco.

Você disse que o quadro  de dança mudou sua vida. Teve alguma grande mudança no seu cotidiano? Eu deixei de fazer transport na academia para fazer aula de hip hop. Por exemplo, tem alguns músculos que a gente não usa tanto e agora estou usando. Antes,  para me levantar, eu geralmente apoiava meus braços em alguma coisa para me erguer com o apoio dos braços. Agora eu me reeduquei e me apoio somente com as minhas próprias pernas. É uma forma de manter essa musculatura forte e a gente vai ganhando movimento com isso, flexibilidade, força, resistência. Acho que tem toda uma conscientização corporal que a dança traz para a gente. E o corpo que dança dificilmente enferruja ou trava. O corpo que dança é um corpo mais feliz e que a gente aproveita melhor. Quando o Fausto fala ali, por exemplo, ‘tem músculo que a gente nem sabia que existia’, é isso. A gente mexe todos.

Você sentiu alguma mudança no âmbito emocional? Mexe muito com a questão da concentração porque é muito pouco tempo para aprender muita coisa, mexe também com a questão de segurança, pois dançar na televisão, ao vivo, para um Brasil de audiência, é um desafio. Experimentamos um monte de sensações: “Será que vou pagar mico?”, “Será que eu vou esquecer, que vai me dar um branco?”. E mais: “Será que eu vou me divertir?”. Porque se eu estiver lá com cara de tenso, contando os passos na cabeça, isso também não vai ficar bonito, afinal é um show. 

Você sente alguma dificuldade por ser gordo? Os desafios são muito grandes e eu acho que a dificuldade é igual para todos. É claro que uma pessoa pode ter um corpo mais atlético, por exemplo, mas isso não significa, necessariamente, dançar bem e não significa que não seja um desafio enorme. Aprender rápido o que você nunca fez e ir lá se apresentar com leveza e tranquilidade exige muito de todos. Dançar é um desafio, exige muito da gente, mas é muito gostoso.

Como está sendo a recepção do público em relação a sua participação no quadro? Tenho sentido uma resposta maravilhosa. Na rua, quando eu passo, dizem ‘você me representa’. Muitas vezes escuto isso de pessoas que não se sentiam aptas a fazer aulas, entrar em uma escola de dança de salão, que tinham vergonha do próprio corpo, da idade ou algo neste sentido, agora se sentem representadas por mim. Isso vale tudo.

Quais seus projetos futuros? Não estou pensando nos próximos trabalhos. Quando aceitei participar da Dança, topei para me entregar ao máximo a este trabalho.