Gêmea siamesa, que esperava por cirurgia cardíaca, será transferida para Salvador

A outra menina, Catarina, já tinha sido transferida de Goiânia para a capital baiana nesta sexta-feira (14)

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  • Fernanda Santana

Publicado em 15 de setembro de 2018 às 15:06

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Ao receber a notícia de que suas filhas seriam siamesas, Viviane Menezes pensou nas poucas chances de sobrevivência das meninas. No dia 22 de agosto, as bebês, Débora e Catarina, nasceram num hospital em Goiânia referência no parto de siameses. Foram separadas e lutam pela vida desde então. Na noite de sexta (14), uma vitória: Catarina foi transferida para Salvador. Débora continuou internada, mas no início da noite desde sábado (15), a família já recebeu a confirmação de transferência para o Hospital Ana Nery, onde ela passará por uma cirurgia cardíaca.

Catarina saiu do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, acompanhada da avó materna Maria da Conceição. Por enquanto, a menina ficará na Maternidade Climério de Oliveira, em Nazaré, onde deve recuperar o peso e aprender a mamar. Mas, mesmo distante da filha, a mãe Viviane sabe qual é o principal temor:“Catarina, do ponto de vista médico, está ótima. A única coisa que falta agora é mamar direitinho. Uma distância chata e que eu fico preocupada. Mas, Débora precisa dessa cirurgia para viver”, comentou Viviane sobre a situação da outra filha.A bebê possui uma cardiopatia e, por isso, necessita de uma intervenção cirúrgica. Duas de suas principais artérias estão trocadas. Assim, não há bombeamento correto do sangue. Hoje, Débora consegue sobreviver somente com ajuda de medicação diária. “Ela está viva por isso”, diz Viviane. Enquanto aguardavam vaga disponível em Salvador, a família torcia para que a cirurgia fosse feita justamente no Hospital Ana Nery.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a espera pela transferência se deu porque a Central Estadual de Regulação estava em busca de um leito para o perfil da paciente.

O nascimento Viviane, 30, precisou deixar Salvador para conseguir parir as meninas num centro de saúde referência no parto de siameses, em Goiânia. As gêmeas nasceram com 4,8 quilos e estavam unidas por duas partes do corpo: tórax e abdômen. O fígado das meninas também era compartilhado. 

Do dia do nascimento até hoje, Viviane segue na Casa de Apoio da unidade de saúde. No local, recebe alimentação e transporte.“Durante o dia, eu ficava com as meninas. Agora, vou ficar com Catarina. Eu não tenho parente nenhum aqui, mas a Casa me dá suporte”.Viviane precisou deixar para trás, pelo menos, por enquanto, o trabalho como consultora de beleza. E sabe que não tem previsão de volta à atividade. “Na verdade, eu sempre fui autônoma, então não foi um problema. Mas, se seu tivesse que abrir mão, pelas minhas filhas, eu abriria mão de tudo”, contou.

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