Gente como a gente: conheça trabalhos de modelos do Afro Fashion Day

O AFD acontece dia 24 de novembro, às 19h, no Museu Du Ritmo

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  • Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2018 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Renato Santana Santos/CORREIO*

Provas de roupa de grife, testes de maquiagem, ensaios, passarelas... Vida de modelo não é só glamour, especialmente para quem está no início. Muita gente concilia o trabalho com outras profissões.

No casting de baianos do Afro Fashion Day (AFD), projeto do Jornal Correio em homenagem ao mês da Consciência Negra, não é diferente: tem professor, atleta, segurança, estudante e até comissária de bordo.

Os trabalhos Aline Souza, 18, tem um sonho: ser aeromoça. Ela, que está há três meses no mercado da moda, participou de um curso recentemente e aguarda a oportunidade para dividir seu tempo entre as passarelas e as nuvens. Aline Souza sonha em ser aeromoça (Foto: Renato Santana Santos/CORREIO*) A vida de modelo começou depois do concurso Beleza Black, da agência One Models Bahia. “Sempre quis ser modelo. É difícil, mas não desisto do que faz meu coração bater mais forte”.Noriah Santos, 21, tem uma história bem diferente. Professora de História em Santo Antônio de Jesus, nunca pensou em ser modelo pois sofria bullying na escola por ser muito magra.

“Um olheiro me parou no São João da minha cidade. Entrei nesse mundo e passei a amar a profissão”, afirma. Entre maquiagens e fotos, o dia a dia de Noriah é uma maratona com direito a travessia de ferry boat, viagem de ônibus e metrô entre a escola onde dá aula, no interior, e os trabalhos na capital.“É muito difícil, faço por amor.  Às vezes faço atividade programada enquanto atravesso o mar, antes de chegar aos trabalhos em Salvador”, conta.A educadora fez seu trabalho de conclusão de graduação sobre a invisibilidade da mulher negra na moda. O Afro aparece, para ela, como oportunidade. “É maravilhoso para mostrar que estamos aqui para ocupar o mercado”.

Também professora, Graziela Gomes, 27, concilia esportes e moda. Educadora física, dá aula três vezes por semana. “Escolhi o curso porque os esportes sempre estiveram na minha vida, principalmente coletivos e com bola”.

Na adolescência, ela participou de campeonatos escolares e chegou a compor a seleção baiana de basquete. Por isso, optou pela faculdade de educação física. “Comecei a estagiar em academias, mas o que gosto mesmo é trabalhar com crianças e adolescentes, porque me divirto muito com eles”. Graziela Gomes concilia esportes e moda (Foto: Renato Santana Santos/ CORREIO*) A entrada de Graziela na moda aconteceu quando decidiu mudar de vida depois de um problema de saúde. “Na faculdade, desenvolvi compulsão alimentar. Foi então que percebi a necessidade de mudar e resolvi me informar como me tornar modelo plus size”, conta. Na dificuldade, ela redescobriu o próprio corpo. Na trajetória, buscou agências e cursos. “Ser modelo é muito prazeroso. Uma terapia”.

Edvan Souza, 33, vai ser colega de Graziela. Mas, enquanto a formatura não chega, trabalha como segurança e modelo. Mas Edvan já circulou em outros meios. Chegou a ser instrutor de academia e jogador de basquete profissional. O que o dá energia para os dois trabalhos?“Minha vida hoje é minha família, cuidar do meu filho e de minha mãe”.Para ele, eventos como o Afro Fashion Day são chances de pessoas negras ocuparem lugares de destaque e prestígio na sociedade. “Participar de um evento como esse é importantíssimo para minha carreira. É um local onde surgem mais oportunidades para novos trabalhos”. 

 Realizado pelo Jornal Correio, com apoio do Salvador Shopping, Casa Salvador, Califórnia Media House e Sebrae, o Afro Fashion Day celebraoMês da Consciência Negra dando visibilidade para modelos negros, cultura afro-brasileira e os trabalhos de marcas locais.

Este ano, o desfile coletivo vai acontecer no dia 24 de novembro, às 19h, com entrada franca, no Museu du Ritmo. 

*Colaborou para o CORREIO*