Globo transmite desfile das escolas do Rio para todo o país

Maju Coutinho é novidade como apresentadora

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  • Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2022 às 09:00

. Crédito: foto João Cotta/TV Globo

As escolas de samba do Rio e de São Paulo vão voltar a desfilar neste ano, depois do cancelamento do Carnaval de 2021 e 2022. E a Globo vai transmitir a festa das agremiações do grupo Especial - que tem as escolas mais populares, como Mangueira e Beija-Flor - para todo o país, sexta e sábado, a partir das 22h45. A transmissão da Série Ouro carioca, espécie de "segunda divisão", terá transmissão apenas para o Rio. Somente os espectadores paulistas vão acompanhar a festa de seu próprio estado.

Uma das novidades do Carnaval da Globo já foi apresentada: Teresa Cristina é a primeira mulher a cantar o jingle Globeleza, que tem sido veiculado nos intervalos da emissora. Outra novidade é a entrada de Maju Coutinho como apresentadora da transmissão do desfile do grupo Especial.“A expectativa pela retomada do Carnaval é grande. Estou muito alegre com esse reencontro com a minha ancestralidade, chego pisando devagarinho, mas muito feliz com essa oportunidade de apresentar essa festa grandiosa”, celebra Maju.A jornalista divide a apresentação com Alex Escobar, que terá a companhia dos comentaristas Milton Cunha e Pretinho da Serrinha. A apuração das escolas do rio também será transmitida para todo o país, na terça-feira.

O Desfile das Campeãs, no dia 30, terá transmissão do Multishow, a partir das 21h15, com Milton Cunha e a personagem Briti (Isabelle Marques), do humorístico ‘Tô de Graça’. Também participam Cacau Protásio, Pedroca Monteiro, Laura Vicente e Mari Gonzalez. No dia 24, a partir das 20h, o canal exibe a homenagem que a G.R.E.S. São Clemente fará ao ator Paulo Gustavo na Marquês de Sapucaí. O desfile da escola ganhou o nome Minha Vida É Uma Peça, eternizando a vida e a obra do humorista.

A GloboNews também não ficará de fora da folia. O hiato pandêmico é tema do documentário ‘Chegou o Carnaval’, que será exibido pelo canal neste domingo, dia 17, às 23h. O longa traz relatos de pessoas envolvidas na construção do espetáculo, diante das incertezas que cercavam a sua realização este ano.

Abaixo confira a entrevista na íntegra de Maju Coutinho, apresentadora dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, ao lado de Alex Escobar

Qual a importância do samba e do Carnaval para a cultura brasileira? E também para as comunidades? O Carnaval é a expressão máxima da cultura brasileira, manifestação cultural mais importante desse país, está no DNA do povo brasileiro e traz a ancestralidade preta. O Carnaval não alimenta só a alma dos integrantes das escolas, ele também é uma indústria que coloca comida na mesa de muita gente que passou por um período difícil nessa paralisação por causa da pandemia e mostrou resiliência, porque continuou na luta. Muitas escolas apoiaram a comunidade, apesar de não haver a festa, então esse retorno é importantíssimo para alimentar também o espírito carnavalesco e para movimentar essa indústria que é a nossa Hollywood.    O que é carnaval pra você?  Para mim, Carnaval é ancestralidade, negritude, força, alegria, disciplina e devoção. Quem acompanha de perto a preparação das escolas de samba acredita em como aquilo é quase uma seita. Eu diria até que é mais forte do que a emoção e a comoção do futebol, pelo que eu percebi nas visitas que fiz aos barracões e às quadras. Pra quem vê de fora, é a festa, a leveza, a alegria, mas pra quem vê de dentro, vê muita disciplina, as pessoas seguindo ordens, cumprindo, fazendo com amor.

É incrível ver a capacidade de coesão sem ponto eletrônico, uma galera interagindo, fazendo aquilo acontecer. É mágico.   Cite um carnaval inesquecível pra você Eu costumo lembrar dos sambas que me marcaram, e acho que esse marcou muita gente: ‘Peguei um Ita no Norte’, do Salgueiro, de 1993. Um carnaval que eu não lembro de ter assistido, mas que está na memória também por conta da sonoridade é ‘Bum Bum Praticumbum Prugurundum’, do Império Serrano, de 1982, e os carnavais de São Paulo, porque eu sou paulistana. Eu ia à quadra da Nenê de Vila Matilde e tenho a lembrança da quadra da escola mais do que o desfile na avenida. Aquela bateria chegando na minha alma é inesquecível na memória carnavalesca de quem é paulistana.    Depois de dois anos de espera, você acha que esse carnaval será memorável, um dos maiores de todos os tempos?  Eu acho que depois desse período de quase dois anos de paralisação por causa da pandemia, o retorno da festa tem tudo para ser inesquecível, como relatam ter sido o carnaval de 1919 após a pandemia da gripe espanhola. E todos cairão com avidez, com voracidade, para aproveitar essa retomada. E é muito curioso, porque percebemos isso nos barracões que eu e o Alex Escobar visitamos. Vários integrantes das escolas falam que não vão cantar o samba, vão berrar e tirar esse engasgo após a paralisação.