Governo autoriza exploração mineral na Amazônia

O local tem cerca de 47 mil quilômetros e é rico em ouro

Após mais de 30 anos fechada para extração de minérios, uma rica área da Amazônia com cerca de 47 mil quilômetros, localizada entre o Pará e o Amapá, foi liberada para extração de ouro e outros minerais nobres por empresas privadas.

A autorização foi divulgada em um decreto publicado na edição desta quarta-feira (23) no Diário Oficial da União. A área, nomeada de Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) foi criada em 1984, durante o período da ditadura militar e posteriormente extinta pelo governo federal.  

Os próximos passos do governo é começar a anunciar os leilões das áreas para as empresas interessadas em explorar a região. O decreto, assinado pelo presidente Michel Temer, ressalta que a extinção da Renca “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”.

Embora tenha cobre no nome, a grande riqueza da reserva é o ouro. Podem ser encontrados também o tântalo, minério de ferro, níquel, manganês e outros minerais. Ainda não se tem informações precisas sobre o tamanho dos depósitos. As expectativas do Ministério de Minas e Energia é que a área poderá ganhar relevância mundial e despertar a atenção de mineradoras de todo o planeta.

A reserva

Conhecida como Reserva do Cobre, foi criada através de um decreto assinado pelo presidente militar João Figueiredo, que também proibiu a exploração dos minerais da mata. A área protegida tem o tamanho equivalente ao do estado do Espírito Santo, ou oito vezes a dimensão do Distrito Federal. Os militares tinham interesse em explorar as jazidas de cobre na região, mas o plano nunca saiu do papel.

A região também abriga florestas protegidas e terras indígenas, o que já preocupa alguns ambientalistas. O governo federal não deu detalhes de como a mineração será introduzida no local.