Gravidez psicológica canina? Existe - e é mais comum do que você pensa

Saiba como identificar os sintomas e os possíveis tratamentos

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock/Reprodução

Um belo dia, a pug Sasha resolveu pegar - e não largar mais - vários bichos de pelúcia. Mas não faz isso para brincar com eles, e sim para juntar todos em um canto. Ela montou uma espécie de ninho. Ao mesmo tempo, começou a ficar com a barriga dilatada e as mamas cheias de leite.

Tudo levava a crer que ela estava esperando filhotes. Mas como isso iria acontecer se ela nunca nem esteve com um macho?Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: “Eu sabia que ela não estava grávida, pois não tinha cruzado”, lembra Bruna Rodamilans, sobre a situação da filhota de quatro patas. Então, o que se passava com a pug? Ela, na verdade, apresentava sintomas de pseudociese - ou gravidez psicológica. Sasha, pug de Bruna Rodamilans, já teve pseudociese (Foto: Acervo Pessoal) Durante esse quadro, as fêmeas têm comportamento de gestantes. Só que não há feto algum. Pode soar estranho, mas é mais frequente do que pensamos, e ocorre em mais da metade das cadelas não castradas. “É rotina em clínicas”, afirma o médico veterinário Bruno Dantas.  As gatas também são capazes de ser atingidas, apesar de mais incomum.

Como notar? Os sintomas apresentados por Sasha - formação do ninho, dilatação da barriga e leite nas mamas - são alguns dos mais recorrentes em casos de pseudociese. Mas o animalzinho atingido pode ainda ficar agressivo, depressivo, sem apetite... E adotar itens inanimados, como pelúcias, brinquedos e até toalhas, como se fossem filhotes. 

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A condição pode ter relação com as mudanças hormonais que acontecem no cio. “Há o aumento da progesterona e da prolactina. Isso é capaz de fazer com que aquela fêmea apresente os sintomas”, explica Bruno. 

Quando acontece a castração, é retirado o trato reprodutivo, e as chances daquela cadela se mostrar com pseudociese diminuem. Mas, segundo o médico veterinário Marcus Froes, não há 100% de certeza. “Se aquele bicho  já teve várias gestações, ainda pode passar pela gravidez psicológica. Isso porque  também é um comportamento aprendido”, afirma. Fêmeas que apresentam o quadro podem cuidar de brinquedos como se fossem filhotes (Foto: Shutterstock/Reprodução) O que fazer? Se sua cadela ou gata desenvolver algum desses sintomas, é importante levar logo a um médico veterinário, para que o diagnóstico seja confirmado e o tratamento, iniciado. “Na maioria das vezes, a pseudociese é autolimitante - ou seja, acontece e some sozinha”, diz o médico veterinário Felipe Baldo.

Isso rolou com Lore, a pastora alemã de Júnior Ventin. “Eu achei ela meio sonolenta e engordando - mas, até então, normal. Depois, notei as mamas crescendo e a barriga dilatando. Tudo depois do cio. Achei que Boby (um poodle macho) tinha conseguido deixá-la grávida. Mas, quando a levei no veterinário, descobri que era psicológico. Foi algo incrível, até o local para ter a ninhada ela preparou. Tempo depois, voltou ‘ao normal’”, lembra.  É importante que o animal seja levado ao veterinário assim que um dos sintomas for notado (Foto: Shutterstock/Reprodução) Nem sempre, porém, é assim. Em alguns casos, até medicação é prescrita. “Podemos ter três linhas. A primeira é essa, em que não se faz nada e o bicho sai dessa sozinho. Na segunda, provoca-se um estresse, para que esse comportamento seja desvinculado - por exemplo, fazer uma restrição alimentar abrupta. A terceira é utilizar remédios”, enumera Marcus Froes.

“Tive um caso em que uma paciente canina já estava, há quatro meses, produzindo leite sem ter filhotes. Aí precisamos intervir e dar medicação para que o líquido secasse ou ela poderia desenvolver um tumor de mama”, recorda Baldo. Em alguns casos, a cadela tem que tomar remédios (Foto: Shutterstock/Reprodução) Com Amora, beagle de Lais Mendes de Oliveira, esse risco também existiu. “Quando ela fez seis meses, teve seu primeiro cio. E percebemos o aumento das mamas, que foram ficando inchadas, avermelhadas e superquentes. Quando levei ao veterinário, foi constatada realmente a gravidez psicológica. Era o único sintoma que ela tinha. Eu fui orientada, então, a realizar a castração caso não quisesse filhotes, pois o risco de um câncer de mama seria muito maior a partir do cio seguinte”, falou.