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Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2022 às 05:00
- Atualizado há um ano
Greentechs e a esperança de um Capitalismo Ambientalmente Consciente
Há um senso comum (um tanto equivocado, ao me ver) de que evolução tecnológica corresponde automaticamente a mais poluição. Essa percepção vem de uma observação correta da história humana, que nos revela que, a partir do final do séc. 18 (Revolução Industrial) e na segunda metade do século 20, houve uma expansão da produção industrial e consequentemente da poluição.
Tudo isso é correto e merece atenção de todos os atores sociais, econômicos e políticos que pretendem ter algum nível de responsabilidade com a atual e futura geração de consumidores e cidadãos que habitarão este planeta.
Mas, o meu foco é falar de como a tecnologia pode deixar a de ser “inimiga” do meio ambiente e passa a ser “eco friendly” (amiga).
Ganha destaque na área de investimentos de alto risco (venture capital) o crescimento do número das Greentechs. São startups cujo modelo de negócio é baseado em soluções tecnológicas para reduzir o impacto ambiental negativo das suas operações, bem como criar produtos e serviços que ajudem a preservar o planeta.
As GreenTechs são protagonistas do capitalismo ambientalmente consciente e despontam como uma solução factível para inverter uma lógica de produção e consumo insustentáveis.
Recente relatório publicado pela PwC, “State of Climate Tech 2021” dá conta de que, só nos anos de 2020 e 2021, foram investidos US$ 87.5 bilhões em Greentechs especializadas em soluções ligadas às mudanças climáticas. Há uma expectativa de crescimento em investimentos na ordem de 210% a cada ano.
Os seguimentos que mais ganharam atenção dos investidores são os de softwares de gerenciamento de fazendas; marketplaces de equipamentos eletrônicos usados; apps de economia compartilhada de carros, casas e objetos; sistemas de produção de energia elétrica baseados em análise de big data; e tolkenização de créditos de carbono.
Esse mercado ainda é um celeiro de boas oportunidades a todos que acreditam que se pode produzir e ganhar dinheiro com responsabilidade ambiental. As GreenTechs são, no fundo, a esperança de que o nosso estilo de vida deixe de ser exclusivamente predador, e passe a conviver harmonicamente com os demais recursos ambientais. Diogo Guanabara é professor de Direito Ambiental na Faculdade Baiana de Direito, coordena o curso de Direito Digital na mesma faculdade.