Greve dos Caminhoneiros: oposição concentra artilharia em Rui Costa

Por Jairo Costa Júnior

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  • Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A oposição decidiu concentrar a artilharia no posicionamento adotado pelo governador Rui Costa (PT) diante do impacto da greve dos caminhoneiros sobre a população baiana. Em reuniões internas para discutir o agravamento da crise, a avaliação dos cardeais oposicionistas é a de que o petista vem tentando, até o momento, se descolar de eventuais responsabilidades que o governo estadual tem na adoção de medidas capazes de minimizar danos provocados pelo quadro de desabastecimento de gêneros básicos. Especialmente gasolina, alimentos, remédios e insumos hospitalares. A ordem agora é cobrar diariamente ações efetivas por parte de Rui.

Em voz alta

“O governador ficou omisso a semana toda e vem agora com conversa fiada, sem nenhuma medida prática para aliviar o sofrimento dos baianos”, criticou o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM). Para ele, Rui Costa “não quer descer do palanque e cumprir a obrigação de garantir a lei e a ordem na Bahia”. 

Tiro ao alvo

Líder do bloco DEM-PRB na Assembleia Legislativa, o deputado democrata Alan Sanches assumiu a frente de ataques contra a agenda política mantida pelo governador Rui Costa em meio à crise que já afeta os 417 municípios baianos. “Ele (Rui Costa), infelizmente e, como sempre, com vistas nas eleições, manteve sua agenda de inaugurações e visitou, na sexta-feira, duas cidades: Nova Viçosa e Teixeira de Freitas. Ontem,  foi entregar a Policlínica em Feira de Santana. Enfim, ações que nesse momento não acrescentam em nada diante do sofrimento que a população enfrenta”, disparou. 

Alça de mira

Em outra linha de combate, líderes da oposição passaram a culpar energicamente o governador Rui Costa pela alta do ICMS sobre os combustíveis no estado. Para isso, resgataram a aprovação do projeto de lei que, na reta final de 2014, elevou o imposto do produto de 27% para 30%, a pedido do Palácio de Ondina. “Com esse reajuste, que a bancada do PT aprovou por unanimidade e hoje tenta negar, a Bahia passou a ter uma das maiores alíquotas do país. Isso só contribui para o arrocho que afeta a renda das famílias”, disparou o deputado estadual Augusto Castro (PSDB). 

Na contenção

Atenta ao movimento dos rivais, a comunicação do governo entrou em campo para tentar neutralizar a ofensiva da oposição. “Respeito, apoio e me solidarizo com todos que protestam legitimamente por um Brasil melhor. No entanto, como governador da Bahia, não posso admitir o colapso dos serviços públicos. Vamos trabalhar para garantir segurança pública, atendimento em nossas unidades de saúde da capital e o funcionamento dos serviços do governo do estado”, postou Rui Costa, em seu Facebook.

Pé no telhado

Em conversas reservadas, integrantes da bancada baiana que pertencem à base do Planalto no Congresso acham difícil  o governo Michel Temer se manter de pé diante da greve. Acham que as próximas 48 horas dirão se ele fica ou cai.