Grupo cria plataforma para trocar informações e experiências entre empreendedores

Confrades na arte de empreender

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 12 de outubro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Há cerca de quatro anos, uma conversa informal entre os amigos André Mainart, Diogo Garcia e Natalia Lazarini abordava os desafios de empreender e como essa atividade, por vezes, pode ser solitária. Do bate papo, nasceu uma proposta: unir outros empreendedores para trocar experiências, inovar e compartilhar soluções. Nascia a Confraria do Empreendedor ou, simplesmente, a Confra. 

Para eles, a maior vantagem da iniciativa reside em estar conectado com uma das comunidades de empreendedores mais colaborativas do país, onde ajudar e pedir apoio é a máxima. Entre os representantes locais estão o Vale do Dendê, representando a Bahia, e a  Rapadura Valley, representante do Ceará, além de empreendedores de startups, pequenos e médios empreendedores do Nordeste. “Já realizamos eventos em Salvador e Recife e pretendemos contar com mais empreendedores nordestinos na comunidade”, comemora Diogo Garcia, que, inclusive, é soteropolitano.

De acordo com ele, a motivação para a criação da comunidade foi justamente as infinitas possibilidades de conectar, compartilhar e colaborar. “Queríamos conectar empreendedores de todo o Brasil para que pudessem dividir boas práticas, networking e lições aprendidas com outros membros da comunidade, ou seja, uma proposta colaborativa mesmo”, diz Diogo, salientando que, dessa forma, conseguiram apoiar diferentes iniciativas do ecossistema empreendedor.  O empresário e um dos co fundadores da plataforma, Diogo Garcia salienta a importância das trocas e suportes para ampliar as possibilidades de negócios (foto: Divulgação) A iniciativa se baseia em três pilares: a gestão de comunidade, curadoria de conhecimento e conexão com ecossistemas. Diariamente, os grupos se conectam para compartilhar conhecimento e networking em diversos formatos, que vão do virtual ao presencial, nos principais locais e empresas que movimentam o tema no Brasil. Existem também alguns grupos segmentados por temas de interesse que fomentam conexões mais fortes e promovem o bem-estar destes profissionais que tendem ter uma rotina de trabalho bem intensa.

Alguns exemplos são: o ConfraSocial, que estimula a conexão e a criação de organizações sociais; o ConfraOm, que conta com práticas de mindfulness, yoga, meditação e dicas para bem-estar; o ConfraChef, que além de uma boa gastronomia e experiência com o jantar, traz Pitch às cegas, dentre outras subcomunidades criadas com diferentes temas.

Para Diogo Garcia, o ConfraSocial, por exemplo, tem um dever social que, a princípio, qualquer negócio deveria ter para com a comunidade onde está inserido, reunindo projetos e iniciativas de apoio à ela. “Nasceram dentro da organização diversos projetos, entre eles: o Beleza de Mãos Dadas, que ajuda manicures periféricas; o Veve e a  plataforma de consultas gratuitas via telemedicina; além do G10Favelas,  que combate os efeitos da Covid-19”, enumera  Garcia.

Elos fortes

Mas não é só, a confraria também vem se prestando a estabelecer uma ponte no engajamento entre startups e grandes empresas.  André Mainart afirma que o fluxo tem sido cada vez maior e envolvem diferentes perfis, que se conectam com o ecossistema empreendedor para diversas finalidades. “A Confra termina atuando como um grande potencializador de parcerias de diferentes formatos que envolvem empreendedores, pois acreditamos que a conexão pode ser grande agente de transformação”, completa, citando os exemplos nas grandes empresas que relacionam a Inovação Aberta e Corporate Venture.

“A Confraria não é um espaço apenas de empreendedores, mas também contamos com investidores, executivos, pequenos empresários de empresas tradicionais a empresas com base tecnológica”, comemora Garcia.

A cofundadora e gestora da Confra, Natalia Lazarini acredita que a inovação para reinventar modelo de negócio e a colaboração são essenciais para transformar o universo empreendedor. “Muito tem se falado nos últimos tempos sobre juntos sermos mais fortes. O empreendedor que atua sozinho constrói uma jornada mais dolorosa”, defende, lembrando de confrades que se tornaram sócios. Para Natalia, o  empreendedorismo criativo, muitas vezes, está na capacidade que se tem de olhar o outro, o mercado e criar soluções transformadoras. “Seja para remodelar e inovar a sua proposta de valor ou criar algo que vá contribuir para o ecossistema econômico e social”, finaliza.

Atualmente, a proposta conta com mais de mil empreendedores. Para participar e saber mais das iniciativas, basta entrar no site da Confraria: www.confra.cc e preencher um formulário de inscrição. O critério de seleção é com base no que o empreendedor pode agregar para a comunidade em termos de experiência e conhecimento e que tipo de apoio precisa no momento.